Eremita forçado pelo destino,
Seguindo em sombra, na ânsia da procura,
Nos vultos negros [disformes abantesmas]
Tento em vão achar cativo,
A cor, no meio da manta escura
Que se arrasta ao céu, como amorfas lesmas.
No meio da solidão que lhe agita,
Em gritos surdos e ecos inexistentes,
Olha-se introspectivo, prosta-se e chora,
Vê que a solidão que esconde, crepita
Na necessidade de ser, de falar e ardente
No peito surdo queima gritando e apavora.
Um jogo de xadrez monótono. Hesita!
Pião casa por casa, ataca timidamente,
É lento o passo, cada jogada demora
O tempo exato para alimentar a dor que habita
Na inconstância da jogada á frente,
Como bomba que nem jogada estoura
Bispos e cavalos, correndo ao vivo
Nas casas brancas e pretas [ventura e desventura ]
Não se juntam. Está longe, incomunicável pena,
Que no balé saltado, perdido, esquivo
Saíram da melodia e numa só nota, numa figura
É um todo, sendo solitários apenas.
09/06/1970
Nenhum comentário:
Postar um comentário