quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O ANDARILHO E O TEATRO

                                O Andarilho e o  teatro.





A poesia o Andarilho, junta com mais três, atestam a última experiência no teatro na minha juventude.

Antes de fazer medicina, no SESC da avenida Paulista foi criado um grupo de jovens.

Como era próximo do Ginásio Estadual Alcides da Costa Vidigal onde estudava, comecei a freqüentar o referido grupo, que tinha uma colega a Vitoria, que nunca mais tive noticias, o Fernando, meu amigo até hoje, o Jean que também perdi o contato.

No dia do trabalhador, não lembro ao certo o ano, apresentei uma poesia, o Jean apresentou uma sátira de Romeu e Julieta e alguns quadros que não lembro mais. Faz tempo.

A apresentação foi bem recebida e o SESC resolveu criar um grupo de teatro anexo ao que já existia, trazendo um ganhador do Moliére, o Lineu. Junto com ele vieram vários artistas já experientes, o que mantive contato até sua morte foi Ramis Pedro.

O teatro inaugurou com a Sátira de Mestre Pastelão, com boa aceitação e aí se formou o Teatro do SESC.

Chegando a Marília, após alguns anos depois, reencontrei o Ramis que era diretor do GETAM, grupo antigo de teatro amador na cidade, que me convidou para participar.

Estávamos em plena repressão da ditadura na época, e mesmo aceitando o convite, pairava alguma coisa de encoberto.

Assumi a direção artística, e montei como primeiro ( e único) trabalho. Uma apresentação com música da MPB, na época estava em voga Vinicius e música de umbanda, que ficou a cargo de um ex- integrante de um grupo musical local, o Duja do Banespa no atabaque, que fez sucesso, e um jogral de poesias (as minhas, claro.) com quatro oradores que se movimentavam por trás dos músicos ao centro, com iluminação, a cargo do Turato, meu colega de faculdade e república. Os demais componentes me lembro vagamente.

O espetáculo teve boa aceitação, com casa cheia e convites para apresentação em cidades vizinhas, o que foi feito. Como era aniversário da cidade, foi escolhida para representar a cidade na televisão (Não tenho certeza, mas creio que era a TV Tupi, na Rua Augusta) no programa do Saulo Gomes. Foi apresentada só a música, não as poesias.

O Saulo me procurou vá rias vezes para montar peças a serem apresentadas na TV, mas recusei por acreditar que a TV inibia a criação.

Continuei a dirigir o GETAM, seguindo Stanilavski, único livro da época: “A formação do Ator”. Fazendo um “laboratório”,pedi que as atrizes simulassem prostitutas no ponto de ônibus e os atores fossem os fregueses. O laboratório foi feito e deu o maior rolo. Um dos diretores, que posteriormente passou no concurso de Juiz Militar, ficou indignado com a representação de prostitutas, coisa agressiva para a época de tabu sexual, e acabei saindo do grupo.

Concluído:

O SESC montou um teatro na Paulista e exibe peças infantis, um dos pontos de discórdia entre o moleque (eu) e o Lineu.  Este só aceitava peças adultas, pois não existiam peças infantis na época. Eu sai, o Lineu saiu, mas a idéia ficou.

O GETAM continua até hoje

O Ramis como disse faleceu, O Turato e o Fernando ainda tenho contato, o Duja e os demais nunca mais tive noticias. Quanto ao Sr Juiz deve estar tentando se adaptar aos novos tempos, isto se ainda estiver vivo.

Nunca mais fiz teatro.






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