O canto de amor
Do pássaro apaixonado,
Não é uma fala,
É um louvor
Ao mundo vislumbrado.
Falar! Falsificar a vida,
Quebra seu ritmo
De forma dolorida.
Quando falamos,
Não é só para sermos entendidos,
Pois, a bem da verdade,
É para ter em nosso ouvido
O som matreiro
Da nossa vaidade.
Por mais bela que seja a fala,
Jamais será um som tão limpo,
Ter a perfeição que acasala
O ser da natureza ao Olimpo.
O recém nato não fala,
Tem apenas o balbucio dos anjos,
E a mãe que o embala
Com seu manhês forma o canto
Da natureza, que os entrelaça.
Quero, no meu canto
Holisticamente me unir
Ao mundo que me abraça.
Não quero falar só para ouvir
Minha própria voz melosa
Sempre a mentir,
Para se sentir gloriosa
Com som que ecoa.
Na própria carcaça.
Mas busco num som puro
A unidade do mundo
Onde quero me fundir.
24/09/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário