sábado, 24 de setembro de 2011

O CANTO




O canto de amor

Do pássaro apaixonado,

Não é uma fala,

É um louvor

Ao mundo vislumbrado.



Falar! Falsificar a vida,

Quebra seu ritmo

De forma dolorida.

Quando falamos,

Não é só para sermos entendidos,

Pois, a bem da verdade,

É para ter em nosso ouvido

O som matreiro

Da nossa vaidade.

Por mais bela que seja a fala,

Jamais será um som tão limpo,

Ter a perfeição que acasala

O ser da natureza ao Olimpo.



O recém nato não fala,

Tem apenas o balbucio dos anjos,

E a mãe que o embala

Com seu manhês forma o canto

Da natureza, que os entrelaça.



Quero, no meu canto

Holisticamente me unir

Ao mundo que me abraça.

Não quero falar só para ouvir

Minha própria voz melosa

Sempre a mentir,

Para se sentir gloriosa

Com som que ecoa.

Na própria carcaça.

Mas busco num som puro

A unidade do mundo

Onde quero me fundir.





24/09/2011










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