segunda-feira, 12 de setembro de 2011

POEMA AO CADÁVER

                                        





Respeitai aquele que sozinho um dia

Partiu ao encontro de um mundo melhor.

Reverenciai a fonte imóvel e fria,

Que já não acusa o menor temor

Ante a dinâmica da natureza.

Agora é mudo o mundo, nada o abala,

Nem o riso, nem tampouco a tristeza,

É à noite sem fim que o cobre e agasalha.



Na verdade, pai e mãe já teve um dia

Amparando-o na doçura infantil,

Já sorriu, tal como nós, de alegria,

Entusiasmou-se num deleite pueril.

Sonhou, e também alimentando os sonhos,

Amou como nós: venerou o amor,

E seus lábios, muitas vezes risonhos,

Ergueram a Deus, preces com fervor.



Ele é nós e, como a ele somos iguais

É a mesma massa humana que viveu

Sob o clarão de idênticos ideais.

Mas, se só e ao desamparo pereceu

E é o anfiteatro seu ninho derradeiro,

Admiremo-lo ofertando-lhe agora,

O que lhe ofertariam seus companheiros

Que o ampararam na existência de outrora.



É ele nosso mestre, e numa mesa

Seu corpo é todo saber, ilustrado

Na perfeição própria da natureza.

O fado da morte será atrasado a outros

Pois suas lições salvarão vidas.

Seu saber também criará nossas crianças,

Que um dia desta Pátria serão guias,

Frutificando nossas esperanças.



Se credes em Deus, reza agradecendo

O homem sem nome que o corpo utiliza,

Se não credes, venere-o, fazendo

Aquilo que julgais a maior nobreza.

Mas jamais esqueçais em vossa vida que

O ser que foi só ao leito da morte,

Que ficou numa mesa sem guarita

Possibilitou a muitos melhor sorte.





                                                    Marília 21/11/1968



Poema lido na 1° missa do Cadáver da Faculdade de Medicina de Marília e

Repetido anualmente. Não sei se depois permaneceu.













 
                                               POEMA AO CADÁVER


Respeitai aquele que sozinho um dia
Partiu ao encontro de um mundo melhor.
Reverenciai a fonte imóvel e fria,
Que já não acusa o menor temor
Ante a dinâmica da natureza.
Agora é mudo o mundo, nada o abala,
Nem o riso, nem tampouco a tristeza,
É à noite sem fim que o cobre e agasalha.

Na verdade, pai e mãe já teve um dia
Amparando-o na doçura infantil,
Já sorriu, tal como nós, de alegria,
Entusiasmou-se num deleite pueril.
Sonhou, e também alimentando os sonhos,
Amou como nós: venerou o amor,
E seus lábios, muitas vezes risonhos,
Ergueram a Deus, preces com fervor.

Ele é nós e, como a ele somos iguais
É a mesma massa humana que viveu
Sob o clarão de idênticos ideais.
Mas, se só e ao desamparo pereceu
E é o anfiteatro seu ninho derradeiro,
Admiremo-lo ofertando-lhe agora,
O que lhe ofertariam seus companheiros
Que o ampararam na existência de outrora.

É ele nosso mestre, e numa mesa
Seu corpo é todo saber, ilustrado
Na perfeição própria da natureza.
O fado da morte será atrasado a outros
Pois suas lições salvarão vidas.
Seu saber também criará nossas crianças,
Que um dia desta Pátria serão guias,
Frutificando nossas esperanças.

Se credes em Deus, reza agradecendo
O homem sem nome que o corpo utiliza,
Se não credes, venere-o, fazendo
Aquilo que julgais a maior nobreza.
Mas jamais esqueçais em vossa vida que
O ser que foi só ao leito da morte,
Que ficou numa mesa sem guarita
Possibilitou a muitos melhor sorte.


                                                    Marília 21/11/1968

Poema lido na 1° missa do Cadáver da Faculdade de Medicina de Marília e
Repetido anualmente. Não sei se depois permaneceu.
















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