quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Libia e Troia

                                                                                                          Uma visão social.




Após oito meses, de guerra na Líbia [Revolução só considero quando os contendores são do mesmo país] confesso que fiquei confuso. Uma série de acontecimentos ocorreu muito rápido, não respeitando a evolução normal de um ajuste social, ao que qualquer país está sujeito.

Como o lado revoltoso pertencia à tribo destituída de poder a quase cinqüenta anos, sendo seu rei deposto pelo governante atual, era evidente que esta tribo monarquista, de tendência a direita, fosse simpática ao ocidente capitalista. Até aí tudo bem.

Portanto, o lado que se identificava com os revoltosos resolveu defender seus iguais; propôs um bloqueio aéreo, para não haver um alegado massacre civil. Medida humanitária, mas, já com ares de intervenção em uma nação livre e pertencente a ONU.

O início da zona de exclusão foi o mais selvagem possível. Atacou as força Líbias em suas bases, destruindo todo seu armamento. Não deram a notícia de baixas, como que soldado fosse peça de fuzil. Na verdade as forças nacionais são sempre forças definidas como a de manter a ordem no país e não pertencem a seu governante, podendo inclusive ir contra o mesmo, o que aconteceu em algumas regiões do conflito, e ocorre em todos os conflitos. Por outro lado, a carreira que elas remetem, tem para a população a função de trabalho remunerado; seus componentes têm família e estruturação familiar não sendo peças descartáveis de um país.

Logo a seguir as “forças de paz” bombardearam a residência do governante matando um filho e netos do mesmo. Já se evidenciava uma invasão e execução sumária.

Chamou atenção ainda que o auto intitulado “conselho revolucionária” como primeira medida criou um Banco Central. Inédito em qualquer revolução.

Outro fato divulgado na Imprensa, aliás, tendenciosa aos revolucionários, é que os mesmos cobravam neste inicio de revolta medidas mais eficientes da OTAM

A intervenção do ocidente estava orçada em dois bilhões de Euros, e parece que a excedeu. O pais foi destruído em sua infra estrutura, as casas viraram pó e acabaram os serviços de água, esgoto, comunicações, saúde. Destruíram, no meio do Deserto do Saara, as condições de sobrevivência de um povo.

Os Imigrantes Negros provenientes de países visinhos e legalmente estabelecidos, foram acusados de mercenários, perseguidos e mortos.

A única coisa que permaneceu afetada em menor grau foram os poços de petróleo, já que as forças do antigo governo não tinham condições de bombardeá-las.

A queda do presidente deposto mostra a regressão a que está submetida à atual humanidade.

Na guerra de Tróia, a morte de Heitor mereceu, depois de acerto com Aquiles, que se fizesse uma trégua e o mesmo fosse enterrado nos rituais de seu povo. O que vimos hoje foi o cadáver de pai e filhos expostos a visitação publica, em decomposição, mostrando os sinais de tortura; em elevado grau de putrefação, a ponto dos visitantes terem de usar máscaras.

Quanto ao saque de guerra, este foi igual. Tanto a Líbia como Tróia perderam a condição de estados independente. No segundo os bens eram guardados em espécie e foram levados pelos invasores. No primeiro, os bens estão sob a terra, como petróleo e, será usado para pagar a divida de guerra. Não mais pertencerá a seu povo. Nada é de graça. A reconstrução, também paga com petróleo, será executada onde houver interesse, ou seja, em volta dos poços e refinarias. A população restante, que se dane!

Nada mudou, piorou um pouco.

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