segunda-feira, 7 de novembro de 2011

DIALÉTICA DA NOITE.





Noite

Chuva.

Que anjos é que vem?

São sombras

Nos pingos

E luzes das ruas

Em cores excêntricas

Desmaiam no asfalto.



Cantam,

Levantam

Pulam

Balbuciam

S’espantam

Resvalam

E s’expraiam

Na torrente

Da enxurrada

Nas sarjetas



Gotas afobadas.

Enciumadas

Em disparada

Lançam-se:

É busca abobada

De alvo ignoto

No negro da noite...

É gota de álcool

Perdida nas vísceras

Sem atingir o espírito

E afogar as mágoas.



Na embriagues,

Corpo cambaleante,

As gotas correndo

O cérebro girando

O álcool queimando

O sangue fervendo

A água gritando

A mente fugindo

A água buscando...

O buscar ou fugir...

O viver ou morrer...

Do ser ou não ser

Do contexto

A dialética.





26/08/1970




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