Se em flores de seda, suaves, ajustadas,
Mostras tudo e somente o que
Óbvio é que não tens nada
Lógico e que nada tens.
Se de adornos tens as meias rendadas
D’um jeito agarradas e com elas rebolas,
Mas é tua mente fria e evaporada
De tudo que existe e até o amor imolas,
Óbvio é que não tens nada,
Lógico é que nada tens.
Se a graça de seda a enche e almofada
E, toda imponente caminhas vazia
Ignorando que a vida é uma estrada
Que só é visível quando a mente a alumia,
Óbvio é que não tens nada,
Lógico é que nada tens.
Se o amor te serve de invernada
Onde o acolhe em tempo curto e passageiro
E, no mês mais belo lança-o ao nada
Buscando novos amores corriqueiros,
Óbvio é que não tens nada,
Lógico e que nada tens.
02/10/1968
Publicada em os antípodas
tony-poeta pensamentos
Nenhum comentário:
Postar um comentário