GAROA – DEPRESSÃO
Começa o dia: nublado, escuro.
O dia que não tem movimento!
A chuva é um quadro obscuro
É uma cobrança insistente:
O que é esta vida da gente?
O que é ser, sem movimento?
Monótono encontro o dia
É um oco na conformação
Dos confusos pensares vadios
Brejeiros que enchem de emoção.
Se não tenho nem ansiedade
Pois esta é medo ou vontade
Do que está para acontecer.
No marasmo do gris, a alma
Não há pressa, tampouco calma,
Pois não há onde se esconder.
Busco ver no passado: Nada!
No porvir; sem nenhuma estrada!
Simplesmente sem um lugar:
Apaixonado ou desprezado?
No nada não tem verbo amar.
E no espaço sem ancoragem
Sem nenhum vôo ou fixação
Na visão nenhuma miragem
Nem de guerra, nem de paixão.
O som da garoa, tão abafado
Não tenta nem mesmo falar
É um misterioso tom calado
Que não tem nada o que contar.
Sem sonoridade e espaço.
Tímidas ondas do pensar,
Sem movimento ou compasso,
Sem ter ódio e sem amar,
Sem nenhum borrão de ansiedade
Sinto na alma a necessidade
De ter algo a se preocupar.
Minha conclusão:
Ao ser fora de ação
Isto é depressão.
Tony-poeta pensamentos
16/01/2012
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