O PÓLEN
Vento
Forte vento
Assolando pradarias
Momento confuso.
Como pode um ser
Que ainda não o era
Por entre tormentas viver?
Vento
Batia em rajadas
Dança macabra
Compassos do trovão.
Folhas e galhos. Arrancava
Por tudo e por onde passava.
Como pode um ser
Voando sem ter ancoragem
Por entre tormentas viver?
Vento
Em redemoinho
Sem nenhuma contenção
Ria. Riso de escárnio
Sádico, assustador
O raio destruidor
Precedia o trovão
Chuva grossa caia
Arrastando a ilusão.
Como pode em tanta agressão
Um ser que ainda não era
Por entre tormentas viver?
Vento
Não dando tréguas
Ser no mundo jogado
Joguete arrebatado
Brusco. Para. Como explicar
Se o vento, toda força
Não o pode segurar?
Força estranha
Dominando a natureza?
Incerteza. Perdido
Não sabia rezar.
Rodopiou.
Anteparo do vento
Assustado. Já perdido
Seu quase ser,
Sentiu a acolhida.
Flor ferida. Molhada.
Era o nascer!
tony-poeta pensamentos
04/02/12
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