quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PALAVRA ESQUECIDA.

 


PALAVRA ESQUECIDA





Juventude, abarcando o mundo.

Instável. As ilusões vividas

Noites boemias que se faziam tudo

Dias longos. Ressacas doloridas.



Como poeta, um Eu que cochichava

Ditava os versos. O amor escrevia

E quando errado me abandonava

Era cruel, e com isto me redimia.



Tempo passou. As coisas assentaram

Os porres foram trocados por dinheiro

De sobra e de falta, que financiaram.

Na realidade. Falso companheiro.



Casa e família, outra realidade

Trabalho dia e noite sem parar

Ressaca por responsabilidade

Alternavam o que fiz, meu pensar.



Falta sussurrada me seguia

Por mais que quisesse não lembrava

Gritava pro meu Eu. Respondia

Mas não o ouvia. O dia a apagava.



O tempo passa frio a revelia

Do que pode um homem programar

Não posso reclamar.  Sim, valia

Pois fiz o mundo me respeitar.



Hoje, já não tão jovem pensava

Que, não mais correndo posso andar

E os sonhos loucos que acalentava

Os razoáveis. Consegui realizar.



Mas o que ainda me amofinava

O som que oculto a me atormentar

Meu Eu falava, mas não o escutava

Criando esta angustia de algo faltar.



Noite solitária penso a vida,

Objetivo que pude esquecer?

Meu Eu poeta, disse: em voz condoída!

-Foi quase tudo, faltou viver.



09/02/2012

tony-poeta pensamentos






















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