terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SOU CHATO




                                                                         SOU CHATO





Janaina postou na página do Facebook. EU SOU CHATO. Se você for compartilhe.

Compartilhei o link e ainda escrevi: E Como.

Passadas mais algumas horas, notei que mais pessoas compartilharam. Somos todos chatos?

Realmente tem horas que sim e outras que não. É circunstancial. Mas como nos julgamos?

Geralmente, vemos em outros os nossos fantasmas. Aquele defeito que nos irrita ou é porque já o tivemos, ou temos medo de possuí-lo.

Se olharmos para os outros, aliás, é o que fazemos sempre, vamos julgar o outro chato e, nós os normais. Logo, este negócio de se espelhar nos outros para ver nossas virtudes e defeitos não vai dar certo. O outro vai ser sempre defeituoso e seremos eternamente o exemplo de perfeição.

Vamos tentar então resolver este problema de ser ou não chato no eu - comigo. Pronto: eu me auto-avalio.

A professora na escola mandava a gente fazer isso. Problema: nunca me atribui a nota dez, mesmo que soubesse de cor e salteado a matéria. Começaria a pensar que os outros me veriam arrogante; que a professora iria me achar metido; ou será que eu sabia tudo mesmo? E assim por diante. Para resolver o impasse acabava me atribuindo oito e ainda ficava olhando para a classe, para ver se meus colegas iriam concordar. Acho que este negócio do eu – comigo não vai dar certo. Tem um tal de Super-ego que o Freud inventou que fica falando na nossa orelha.

Freud falou que este negócio dentro da gente introjeta os pais e a sociedade. É aquele chato que fica martelando quando vamos a uma festa. Se for mulher: sua pintura está escorrendo. Seu cabelo desarrumou. Seu vestido está torto. Não fale demais e assim por diante. Caso do homem, também começa na entrada do programa: anda direito; enche o peito. Encolhe a barriga. Dê um sorriso. Não fale alto. Não beba muito e assim por diante.

O problema se complica quando perguntamos se somos chatos. Com toda certeza este cri-cri interno vai nos lembrar de que: quando tínhamos três anos começamos encher o saco de nossa mãe pedindo bolacha. Falamos: - Mãe eu quero bolacha, por pelo menos vinte vezes. Depois das palmadas [hoje dá cadeia, antes não dava] ela falou: - Você é chato! Vamos nos achar sempre assim. O psicanalista estava certo. Também não dá para avaliar.

Vamos então recorrer aos amigos. Um bom amigo nos diz a verdade. Não adianta ser pelo Face. Na Internet realmente nos tornamos chatos. O cara posta um Hotel e começamos a teclar:- Fui com fulana, na volta me deu um pé na bunda. Mas ela era chata, tinha cacoetes que não me deixava dormir e ainda roncava. Agora estou bem... Como podem ver é muito chato. É melhor pessoalmente

Vamos até um bar badalado, cheio de mulheres bonitas e no terceiro uísque pergunto:- João sou chato?

Resposta: - Não encha o saco, vai se lascar. Que coisa chata!

Também não dá para avaliar.

 Porra! Que artigo chato!



21/02/2012

tony-poeta pensamentos

  






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