Em lençóis brancos de doçura e asseio,
Quatro pés, um estrado e um colchão,
Um cobertor e um travesseiro
Teremos um terço da vida e, então
Veremos quanta coisa que de corriqueiro
A nossa mente não chamou atenção.
Ali, nos brancos lençóis é o lugar
Onde o sonho é televisão
E somos personagens; podemos amar
A quem não nos dá atenção,
Podemos fazer castelos no ar
Sem nenhuma preocupação.
É ali que saramos quando doentes.
É ali que descansamos da agitação,
Esquecendo as dores ardentes
Que nos perturbam o coração,
Dando-nos estados diferentes
E, mudando esta ou aquela opinião.
É ali o palco do ato
Que devemos nossa criação.
É ali que tudo acontece de fato,
Tanto na realidade, como na imaginação.
É um reino em que somos reis
Senhores de toda e qualquer ação.
1967
Publicado em O NEURONIO 07/1969
www.tony-poeta.blogspot.com
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