terça-feira, 13 de março de 2012

HOSPITAIS EM MARILIA


HOSPITAIS EM MARILIA





Alem da Santa Casa Marília possuía o Hospital Marília, como Hospital Geral, atendendo qualquer demanda. A Gota de Leite sempre funcionou como Maternidade e

O Hospital de Clinicas como Hospital Escola. Estamos nos anos oitenta.

Os hospitais tinham seu grupo de médicos por afinidade, já que não existiam restrições aos médicos atuantes no Município de freqüentar um, ou outro estabelecimento.

O Hospital Marília, que fui poucas vezes, tinha assim suas equipes, Dr. João Neves na ortopedia, Dr. Jader Stroppa na urologia, Dr. Sallum, Dr. Timo, Dr. Pastori e Gustavo Godoy Pereira que operava junto na cirurgia geral, Dr. Pérsio, Dr. Aurélio da Motta entre outros. era onde a gente deixava recados caso houvesse necessidade de deixar algum recado. O hospital, bem menor que a Misericórdia, vivia de seus médicos e de sua tradição, plenamente integrado a cidade.

Com as mudanças políticas que envolvia um todo, além da saúde, os doentes particulares que eram a base do Hospital escassearam.

Enquanto a Santa Casa tinha como provedor Dr. Christiano Altenfelder, que também era provedor da mesma instituição em São Paulo. Ele possuía um enorme resguardo político, arrumando verbas para as Misericórdias cada vez que a situação ficasse critica, o que era freqüente; o Hospital Marília ia se equilibrando conforme podia, com dificuldades cada vez maiores.

A Bolsa de Valores começou por esta década a chamar atenção de quem tinha para investir, com grandes booms e grandes quedas, porém virando manchetes de jornais, o que antes era ignorado. Em anos anteriores tinha-se colocados bolsas de títulos de acesso popular, vendáveis a prestação, que gerou grande curiosidade e interesse. A população começou olhar para esta aplicação, além dos títulos ao portados, que apesar de não aparecerem ao Imposto de Renda, tinha rendimento fixo e baixo para altíssima inflação da época.

Nesta época o Dr. Porto e Dr. Osvaldo Vicente, assumiram a Clinica Radiológica do Dr. Trentine e começaram a investir em aparelhagens no Hospital, criando até uma entrada própria na rua ao lado. Jovens e interessados concluíram que a solução viável seria uma abertura de capital. Com um aporte de Caixa, o Hospital teria tranqüilidade para passar a turbulência.

Como ninguém entendia desta aplicação foram feitas inúmeras reuniões, onde se inteiraram do funcionamento, quanto e como abrir o Capital. Chegaram finalmente a uma conclusão. Seria um aporte de determinada quantia, dividida em um numero correspondente de ações, com ações preferenciais e ordinárias. Foi aberto o Capital numa reunião que chegou a madrugada.

Aberto o Capital, os médicos da Santa Casa também resolveram investir, já que a situação da saúde nos anos oitenta era completamente incerta. Foram comprar suas ações.  Contava-se na Sala dos Médicos da Misericórdia a seguinte história: [omitirei o nome do agente, pois não presenciei, chamarei de Juvêncio] Que um médico dedicado e também desconhecendo tal mercado foi à tesouraria do outro Hospital efetuar sua compra. Pediu quarenta mil em ações.

O tesoureiro começou a fazer o documento de vinte mil preferenciais e vinte mil ordinárias. O colega se revoltou: - Não vim aqui para comprar nada ordinário, se é ordinário, não presta, afirmou.

De nada adiantou a orientação do funcionário. –Não quero nada ordinário, repetia, mesmo sendo explicado que todos aplicadores dividiam em dois o bolo.

Comprou tudo em Preferencial e foi embora contente.

Completado o aporte, foi feita a reunião para destinação em melhorias do capital arrecadado. Foram vendidas todas as ações. Dr. Juvêncio foi, e descobriu então, o que já lhe tinham explicado e não escutado:

Só acionistas com títulos Ordinários votam, Preferenciais recebem apenas o capital em caso de falência.

Mesmo assim saiu indignado:- Como pode uma coisa Ordinária votar e o Preferencial não?





tony-poeta pensamentos

13/03/12

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