VELHO VASO
Velho vaso na entrada do edifício
Abrigando um arbusto desgastado,
Que faz sombra a miosótis sorridentes,
Proteção a este sol, sempre inclemente,
Que triste: pensa o velho desolado,
A razão de tão grande sacrifício.
Já fora em outros tempos interstícios
Orgulhoso, era nobre e empolgado
Fazendo a cor da vida alegremente
Espalhando seus genes puramente
Fazendo amor de todos, e mui amado
Galã forte. Era Rei neste edifício.
Agora com as folhas esmaiadas
Sem seu viço, penumbras rebatem
Aos miosótis. Na sombra antes clemente
Fizerem festas, deram suas sementes,
Sem olhar estas dores que invadem
Suas veias agora já desfiguradas.
Que lhe resta então nesta só jornada
Aguardar os homens lhe buscarem?
Os galhos ressecados indigentes
Já choram na oração tão veemente
Para que os joguem sem nem pensarem
Como adubo de volta a invernada.
14/03/12
tony-poeta pensamento
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