domingo, 15 de abril de 2012

NA NOITE


NA NOITE.






Aconteceu na radiosa nudez

Que, como dom, doou-te a natureza

Numa noite, que num tom de surdez

Explicou-me, em recital, tua beleza.



Tu como Eva toda encabulada

Vendo o Senhor e sentindo-te nua

Sorriu. Gerou uma explosão inexplicada,

Abalou minh’alma, tornando-a tua.



E teus cabelos ficaram brilhantes.

Foi aí, então, que direito os reparei.

Teus olhos ficaram doces, o que antes

Nunca me apercebi, nunca notei.



Teus seios transformaram-se num instante

Tal qual duas colméias, bravas e imponentes,

Prontas para alimentar todo enxame

No mel cor de ouro, doce, quente.



E as linhas outrora mal delineadas

Atrás de feias roupas esconderijos

Desabrocharam, como que encantadas

Em tons místicos, como teu sorriso.



E tu tornaste doce a madrugada

E eu sorvi e desfrutei desta doçura,

E tudo que anteriormente era nada

Criou formas e deslumbrou na tua alvura.



10/01/1969

www.tony-poeta.blogspot.com


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