sexta-feira, 6 de abril de 2012

PENSAMENTO RACIONAL II - O AMOR


PENSAMENTO RACIONAL II – O Amor.







Somos pequenos elementos num planeta vivo, como falei há pouco. Existe o amor?

Tentarei provar que não só existe e que a intensidade, usando a minha lógica, é maior do que nós poetas podemos descrever.

Vamos por parte. A vida dos seres vivos, que habitam a terra possui três funções básicas que os norteiam. Primeiramente: A moradia. Todo ser tem que ter um lugar próprio e adequado para morar. Seu nicho ecológico. Sem ele as condições de sobrevivência ficam severamente prejudicadas.

Em segundo lugar o alimento. Sem ele não há vida e quem deve fornecê-lo é sua moradia.

Em terceiro lugar a reprodução. Sem ela a espécie se extingue.

Tudo na verdade gira em torno disso, quer no reino animal, quer no reino vegetal.

Vamos nos ater ao que chamamos amor.

Tudo começa com o feminino. Tudo começa com o nascer e a função é feminina.

Saindo dos animais unissexuais, a fecundação sexuada é sempre realizada no elemento feminino. O gameta masculino é acolhido pelo feminino e dá-se a fecundação.

Quem administra esta função, por assim dizer, é a mulher.

Uma vez nascida à cria, já nos mamíferos, é a mulher que dá o primeiro território, isto é, ampara e alimenta.

Portanto quem administra o viver e o não viver é a fêmea. Esta administração inclui a escolha dos melhores gametas. A fêmea sempre escolhe o macho. Este apenas se apresenta.

Como se forma este jogo e a função de cada um é o que discorrerei.

Vamos olhar uma campina com capim florindo. Bate uma suave brisa. Das flores soltam-se gametas para fertilizar. A brisa os leva. Poético. Como acertam o alvo? Do mesmo modo que o ovulo em milhões de espermatozóides aceita o eleito. É a atração.

Isto me leva a crer que o gameta da fêmea atrai o do macho. Sem esta, a fecundação seria difícil. Uma ave que beija uma flor leva milhares de gametas à outra. Tem que haver uma atração para que um seja escolhido. Ou seja, a natureza foi dotada para escolher o melhor dos disponíveis.

É claro que esta atração [Freud a chama de pulsão] não se extinguirá. Na natureza, o homem corteja a fêmea e esta escolhe, dentre os disponíveis, o melhor gene. Esta linguagem não codificada é a que gera a organização.

A fêmea organiza sempre a família e, o homem tem que cortejá-la, para possuí-la e protegê-la. Lao Tsé no taoísmo há dois mil e seiscentos anos, já falava que a mulher domina o homem. Isto continua até nossos tempos.

Como o acasalamento a dois é uma regra social. Nos primatas, o que vemos é uma fêmea com dois ou três machos por ela escolhido. No caso de macho único, este se arvora guardião. Sabe que a fêmea tem por natureza buscar o melhor gene, se enciúma e tenta se proteger. Temos aí na história humana; cintos de castidade, eunucos para vigiar o harem, mutilações das mulheres, retirando-lhes o clitoris e mais uma série de absurdos. Mas, ninguém toma uma atitude por imaginação. Todas foram feitas por proteção social em primeiro lugar. A mutilação de clitoris é feita pelas mulheres da tribo; mãe ou avó; é, portanto consenso. Ainda bem que está sendo combatida.

O amor é exatamente esta escolha do melhor gene pela mulher e o desejo incontido do homem de cedê-lo.

Esta é a obra poética. Desde Tróia se faz poemas para Helena. Cada vez que o poema fica conhecido, tem que se fazer um novo para ser aceito. Este poema sem fim é que é o amor. Todo homem ou mulher quando estão amando são poetas.





06/04/12

www.tony-poeta.blogstop.com

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