quinta-feira, 24 de maio de 2012

FIO DE CABELO


FIO DE CABELO




Arrumava velhos livros separados

De coisas que passaram e já li,

No meio brilhava de modo estranho

O livro que te dei,

E recebi de volta quando te perdi.

Se livros tem uma força estranha

Entram mesmo sem ler em nossas entranhas

Aquele brilhava as cores do passado

Como que dizendo:

Nunca, jamais serei enterrado.

Dentro de ti vivo como sempre vivi.



Tremulo... Saudoso... um tanto choroso

Olhei a joia guardada que lembrava

O passado que sorriu e chorou

E em sonhos me rodeava.

Inseguro: peguei o livro da saudade,

Num repente, a esmo, o abri.

Longo fio de cabelo negro

Estava na página do acaso.


Vivem fios de cabelo eternidade?

Pensei.

Nele te vi.

Era o mesmo cabelo agitado

Que se movia ao roçar do vento



No dia que te perdi.



24/05/12

www.tony-poeta.blogspot.com


















Nenhum comentário:

Postar um comentário