FIO DE CABELO
Arrumava velhos livros separados
De coisas que passaram e já li,
No meio brilhava de modo estranho
O livro que te dei,
E recebi de volta quando te perdi.
Se livros tem uma força estranha
Entram mesmo sem ler em nossas entranhas
Aquele brilhava as cores do passado
Como que dizendo:
Nunca, jamais serei enterrado.
Dentro de ti vivo como sempre vivi.
Tremulo... Saudoso... um tanto choroso
Olhei a joia guardada que lembrava
O passado que sorriu e chorou
E em sonhos me rodeava.
Inseguro: peguei o livro da saudade,
Num repente, a esmo, o abri.
Longo fio de cabelo negro
Estava na página do acaso.
Vivem fios de cabelo eternidade?
Pensei.
Nele te vi.
Era o mesmo cabelo agitado
Que se movia ao roçar do vento
No dia que te perdi.
24/05/12
www.tony-poeta.blogspot.com
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