INDICE DE QUALIDADE DE VIDA
Em um artigo hoje em El Pais, assinado por Alejandro Rebossio, correspondente do jornal, na cidade de Buenos Aires, encontramos um dado do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] que um terço da população da América Latina e do Caribe apresenta condições precárias de moradias [barracos, sem água e esgoto]. Este dado deve orientar a os futuros investimentos para a região.
O dado por si só é preocupante e gravíssimo, e vem se repetindo ano a ano, com pouca melhoria.
Do ponto de vista de doenças infecciosas e alimentares é fator real desencadeante de graves problemas de saúde. Mas, não há nenhum estudo do impacto psicológico em tal levantamento.
Apesar de dados isolados não serem confiáveis a um todo, o que se percebe na clinica diária é que além destes dados, tem que se levar em conta a saúde social e consequentemente psicológica da população. Os dados do BID, por se destinar a investimentos econômicos, [financiamentos], quase nada observa.
Ontem foi o Dia das Mães. Conversávamos entre amigos sobre o numero exagerado de pessoas que passaram o dia sozinho. Sabemos que em datas especiais, como esta, o isolamento social é fator agravante de depressões e neuroses variadas. O isolamento social, no caso da pessoa sentir-se sem apoio em determinado dia especial, vai atuar como fator de rejeição ou abandono social, o que é muito grave. Este dado não é abrangido pelo índice.
O que podemos notar, é que a sociedade [no caso Litoral de São Paulo], com os filhos mudando para longe, empregos escravizantes que não permitem viagens com objetivos familiares, e fator econômico associado, viajar é caro. O desamparo social é amplo e distribuído em todas as camadas, não só neste terço abandonado.
Nota-se também que as dificuldades de moradia e emprego é um fator de união das famílias menos favorecidas. O fato de estar semi-excluido faz que o comportamento interno se torne mais rígido e com maior observância de valores tradicionais; portanto maior amparo entre seus membros, o que vai se perdendo conforme se galga degraus econômicos mais altos; o que apontaria para uma pesquisa direcionada, para ver o grau de carência real entre as varias camadas da população.
Sabemos, como já disse acima, que o isolamento social é fator importante na formação de neuroses. Por outro lado é motivo de preocupação atual o uso excessivo de antedepressivos e ansiolíticos. Será que não é hora de se associar aos estudos habitacionais o estudo psicológico e, colhermos dados para orientar as mudanças sociais aceleradas que acontecem, com uma política apropriada?
Acho que é interessante ampliar o foco de estudo.
14/05/2012
Destacado no Blog Cultura e Humanismo d Rafael Rocha.
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