sábado, 19 de maio de 2012

JOGO DO DESEJO


CORPO E DESEJO





Acendi um incenso.

Dez anos da última reflexão.

Tudo igual. Nada mudou.

Li uma reflexão:

{admitir com dor que os limites do corpo,

São mais estreitos que os limites do desejo [Nascio]}



O corpo está bom,

Dez anos mais fraco, lógico!

E o desejo? Pobre desejo!

De tão confuso, pouco se manifesta.



Falou um astrônomo, deu na TV,

Que nosso universo

É como uma bola de futebol

Com dez ou doze gomos, tanto faz,

Espalhados,

Refletindo,

Refletindo o cotidiano e as estrelas.

O que vemos são reflexos,

Como um caleidoscópio

Sem cor, é lógico,

Apenas sombreados

Pois sombria é a vida.



A cor da paixão,

Este raio vermelho,

Perseguidos pelos poetas e amantes

No universo se incendeia

Cada vez mais longe

Que não vemos nem seu clarão

Mas, apenas um borrão na sombra.



Na verdade:

Não sabemos se somos nós mesmos

Ou apenas milhares de espectros

Que passam... Passam... Enganando

Neste jogo de espelhos.

Não sabemos onde estamos!



E agora?

Como saber os limites de meu desejo,

Se não sei que os tenho?

Como delimitar meu corpo?

Como desejar?



Não mais desejo a vida,

Nem a morte.

Apenas olho nos espelhos

Desta estranha prisão Universo

Procurando o que sou

E qual meu real lugar.



11/10/2003

www.tony-poeta.blogspot.com










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