CORPO E DESEJO
Acendi um incenso.
Dez anos da última reflexão.
Tudo igual. Nada mudou.
Li uma reflexão:
{admitir com dor que os limites do corpo,
São mais estreitos que os limites do desejo [Nascio]}
O corpo está bom,
Dez anos mais fraco, lógico!
E o desejo? Pobre desejo!
De tão confuso, pouco se manifesta.
Falou um astrônomo, deu na TV,
Que nosso universo
É como uma bola de futebol
Com dez ou doze gomos, tanto faz,
Espalhados,
Refletindo,
Refletindo o cotidiano e as estrelas.
O que vemos são reflexos,
Como um caleidoscópio
Sem cor, é lógico,
Apenas sombreados
Pois sombria é a vida.
A cor da paixão,
Este raio vermelho,
Perseguidos pelos poetas e amantes
No universo se incendeia
Cada vez mais longe
Que não vemos nem seu clarão
Mas, apenas um borrão na sombra.
Na verdade:
Não sabemos se somos nós mesmos
Ou apenas milhares de espectros
Que passam... Passam... Enganando
Neste jogo de espelhos.
Não sabemos onde estamos!
E agora?
Como saber os limites de meu desejo,
Se não sei que os tenho?
Como delimitar meu corpo?
Como desejar?
Não mais desejo a vida,
Nem a morte.
Apenas olho nos espelhos
Desta estranha prisão Universo
Procurando o que sou
E qual meu real lugar.
11/10/2003
www.tony-poeta.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário