quarta-feira, 27 de junho de 2012

SER PEQUENO


SER PEQUENO




Vivemos um mundo de guerras. A história da raça humana é igual à de outros seres vivos. O ser humano parte em busca de glórias e conquistas em toda sua existência, caso contrário a sociedade o rotulará de fracassado. Mas, o sonho não é a paz e harmonia? Desfrutar e absorver o planeta sendo pleno nele?

Podemos pensar numa paz pós-morte. Religiosamente válido para quem professa, mas não é apenas um adiamento; já que todas as religiões, sem nenhuma exceção, quando acuadas armam seus fieis e se empenham em guerras “santas”?

Só seremos humanos e, desfrutaremos de uma paz permanente no momento que aprendermos a respeitar a natureza e a dividir igualmente as posses necessárias para a vida. Isto é totalmente utópico no momento. Hoje somos apenas uma árvore frondosa. Não entenderam, explico?  

Vejamos a maior árvore de uma vegetação. É imponente, sim! Não há a menor dúvida sobre isto. Mas como chegou a tal estado de domínio.

Inicialmente suas raízes tiveram que ocupar todo terreno em volta. Tiveram que ir muito fundo, para dominar o máximo possível a água do subsolo, para que outras plantas não crescessem.  Tiveram que crescer aos lados, matando toda vegetação que se aventurasse a crescer no espaço que queria ocupar.

Seu tronco teve que se tornar muito forte para sustentar toda estrutura, gerando instabilidade nas tempestades, com risco de cair e não mais viver.

Seus galhos, cobiçados por animais herbívoros tiveram que se multiplicar; de modo que perdendo algumas partes, outras iriam substituir. Para não perder toda estrutura começou a envenenar as folhas mais velhas, tornando seu gosto tão ruim que ninguém quisesse usá-las como alimento.

Seus frutos tiveram que ser em grande quantidade, pois deveriam germinar bem longe. Caso germinassem perto, teria que sufocá-los com sua copa, como invasores, para que não disputassem o mesmo espaço.

E solitária e venenosa, perdendo periodicamente partes de seu próprio corpo, lá está ela imponente, se julgando rainha.

Já a humilde violeta, que inspira até músicas, é mais modesta. Nasce nas encostas no degelo.

Fraca, sabe que sua vida é breve, para isto ocupa o mínimo espaço. As violetas acomodam-se em pequenos vasos. Sua defesa contra predadores é bem regulada, não lhe é permitido grandes investimentos, ser pequena já é suficiente.

Abre uma porção de flores, sempre amparadas por toda a planta. As flores se coram de amores, chamam-se amor prefeito, para que todas as borboletas venham beijá-las. E assim seus gametas são produzidos, novas plantas darão continuidade harmoniosa à espécie de vida tão curta, como a nossa, que brotará em novo inicio de primavera; sempre econômica em espaço e deslumbrante em beleza e amor.   

Estamos nos comportando como grandes árvores, e vivemos entre ataques e agressões, será que não estamos pagando um preço muito elevado por esta grandeza?

Não é melhor redimensionarmos o tamanho de nossas ambições?

Pensem nisso!

27/06/12

Tony-poeta


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