SOLIDÃO
Era um fantasma.
E vinha
Chegava.
Eu corria
Fugia,
Disparava.
Era uma voz distante,
Murmurante,
Horripilante.
Eu ensurdecia,
Não queria,
Mas escutava.
Mas escutava.
Era uma evocação,
Uma oração,
Era ação.
Eu sofria,
Morria,
Agoniava.
Era noite,
Noite negra e brava.
Eu escutava,
Era acompanhado,
Tinha a meu lado
A solidão.
Dei um sorriso:
-Solidão
Jogarei cartas contigo
Levar-te-ei a meu abrigo,
Te alimentarei.
Correrão os dados
Disputando,
A vitrola estará chorando
Tudo perceberei,
Tu, não.
Um riso fúnebre,
Um grande calvário
Sairá de minha boca.
A frase de um louco.
Tu a entenderás,
Darás risada,
Mas não falarás nada.
Sorriras,
Apenas sorriras.
E eu ébrio,
Sem sentido,
E sem estar,
Conformar-me-ei contigo a meu lado,
Mas furioso te esquecerei num cantinho
E continuarei sozinho.
20/11/1970
www.tony-poeta.blogspot.com
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