sábado, 9 de junho de 2012

SOLIDÃO


SOLIDÃO



Era um fantasma.

E vinha

Chegava.

Eu corria

Fugia,

Disparava.



Era uma voz distante,

Murmurante,

Horripilante.

Eu ensurdecia,

Não queria,
Mas escutava.



Era uma evocação,

Uma oração,

Era ação.

Eu sofria,

Morria,

Agoniava.



Era noite,

Noite negra e brava.

Eu escutava,

Era acompanhado,

Tinha a meu lado

A solidão.



Dei um sorriso:

-Solidão

Jogarei cartas contigo

Levar-te-ei a meu abrigo,

Te alimentarei.

Correrão os dados

Disputando,

A vitrola estará chorando

Tudo perceberei,

Tu, não.



Um riso fúnebre,

Um grande calvário

Sairá de minha boca.

A frase de um louco.

Tu a entenderás,

Darás risada,

Mas não falarás nada.

Sorriras,

Apenas sorriras.



E eu ébrio,

Sem sentido,

E sem estar,

Conformar-me-ei contigo a meu lado,

Mas furioso te esquecerei num cantinho

E continuarei sozinho.



20/11/1970

www.tony-poeta.blogspot.com








Nenhum comentário:

Postar um comentário