quarta-feira, 18 de julho de 2012

A CARPIDEIRA

 

A CARPIDEIRA


Vai-te embora carpideira
Que ainda estou no cio
Não vem com brincadeira
Sua velha fofoqueira
Estamos só em abril
Vai-te embora carpideira
Diz que hoje estou no cio.

Se a vida é passageira
O inverno não chegou
A água corre brejeira
O pássaro a flor beijou
O galho todo em cacho
A primavera o encurvou
A luz inda tem facho.

Hoje não corro ligeiro,
A vida não me curvou,
Apenas dos passageiros
Sonhos, me aliviou,
A mente ficou ligeira
Vai-te embora carpideira
A vida inda é brejeira.

Se o tempo tira o vigor
Se é fácil se cansar
Fortalece o amor
É tempo de amar,
Com toda força e ardor
Vai-te embora carpideira
Vai chorar noutra ribeira.

O tal cupido danado
Passa a vida a flechar
Nada tem de passado
O dia é para amar
E a noite para sonhar
Vai-te embora carpideira
Vai chorar noutra ribeira.

Se o choro queres gastar
Morta da felicidade
És tu que irás chorar
De vergonha e saudade
Suas lágrimas vão rolar
Nesta dura insanidade
De não saber amar.

Vai-te embora carpideira
Que ainda estou no cio
Deixa de brincadeira
Se teu mundo é vazio
O meu na corredeira
Tem o encanto do rio
Vai-te embora carpideira
Que ainda estou no cio.

Tony-poeta
18/07/12








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