sexta-feira, 13 de julho de 2012

A ARVORE E O SONO DOS URUBUS


A ÁRVORE E O SONO DOS URUBUS




Saindo da balsa em Bertioga, costumo pegar a direita e passar pela orla até chegar ao trabalho, faz parte de meu repouso mental. Sigo pela mata, atravesso o canal, sigo a orla e após alguns quarteirões sigo até o local de atendimento.

Da saída do ferryboat a até a praia, temos 500 metros para se chegar ao Forte São João, estrategicamente instalado nas margens do mar e do canal. É ali o inicio da orla. O trecho é jardinado, e na lateral da fortificação existem algumas árvores remanescentes, que creio centenárias.

Durante todos os anos em que faço o mesmo caminho, me chama a atenção uma velha árvore, onde praticamente só restaram o tronco e os galhos principais, com pouca folhagem e algumas bromáceas o parasitando. Creio ser remanescente da construção do forte. Além da aparência exótica da mesma, lá habitam cinco imponentes urubus.

Apesar da repulsa social às grandes aves de rapinas, a imponência de seu porte e sua cor negra, que quando na areia buscando alimentos contrastam com as brancas garças e gaivotas que frequentam o mesmo local, faz que eles se integrem com uma beleza peculiar e harmônica. Acho-os bonitos apesar da má fama de comer detritos.

Hoje, em se tratando de litoral, estava frio. Perto de 17°; o que para a população local é motivo de preocupação. Oito horas da manhã e lá estavam os urubus nas árvores, tomando vento que vinha do mar, portanto com sensação térmica bastante gelada. Eles dormiam, como todos os dias em sua morada. Parece-me que não acordam cedo, já que a comida é abundante. Julho é mês de férias escolares e a cidade apresenta um fluxo de turistas aumentado e, trazem seus detritos para alimentar as aves.

Mas o que me deixa intrigado é se antes dos colonizadores trazerem a civilização, farta de alimentos a nosso litoral, os urubus podiam se dar ao luxo de dormir até àquelas horas? É de se pensar.

14/07/12

Tony-poeta

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