quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A BETHANIA

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A BETHÂNIA


 

 

Antes de 1980 fui chamado para atender uma irmã idosa na Bethânia. Logicamente despertou-me uma curiosidade normal: Como seria um retiro de irmãs idosas? Além da preocupação de atender a irmã bastante idosa e gravemente doente, meu espírito observador tentava captar todos os detalhes.

A Bethânia fica situada em Marilia em um prédio de frente ampla, equivalente a três terrenos, ajardinado, apesar de raramente vermos irmãs no jardim. Ao adentrarmos temos uma recepção à esquerda, um amplo salão refeitório olhando para a direita que dá continuidade a uma capela, semelhante a da Santa Casa local. Seguindo em frente acessa-se a clausura, composta de inúmeras celas individuais, com todo o conforto necessário.

O serviço era feito pelas irmãs ainda em condições de alguma tarefa e por noviças que lá estagiavam.

Em comparação a nossos idosos de hoje, o estabelecimento cumpre com vantagens o papel de prolongamento da vida das irmãs, não havendo grandes diferenças da vida das mesmas no retiro em relação de quando ainda atuantes.

Como necessitei visitar várias vezes; vi que a casa cumpria a rotina habitual das irmãs, com horário de refeições, missas, rezas e recolhimentos. É uma instituição digna de amparo a velhice e tem condições, pelo tipo de opção das mesmas, propiciar todo conforto, sem quebra de rotinas.

Ao terminar a tarefa, na hora do acerto, fui agraciado com uma garrafa de Vinho do Padre. Eram elas as responsáveis pelo vinho da Missa. Minha imaginação fervilhou. As piadas de padres que tomavam o mesmo em excesso e, falavam o que não devia na Missa, era corriqueira nas rodas de amigos; além dos mitos de ser o vinho excepcional e completamente fora de série.

Na época era habituado a tomar vinho seco e forte, o presente se transformou, portanto, num motivo de encontro e comemoração. Chamei os amigos para degustá-lo.

Reunimo-nos, comprei alguns vinhos portugueses e italianos para completar, afinal era uma só garrafa e, com todas as pompas abrimos o Vinho do Padre. Surpresa: era um vinho típico do Sul do Brasil, não encorpado, com baixo teor alcoólico, em nada excepcional e, impossível de dar fogueira a um Padre durante a missa.

Concluímos que as piadas são mentirosas.

 

27/09/12

Tony-poeta

 

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