ESCREVER
E AMAR
Sinto vontade de
escrever, como sinto vontade de amar.
Acho escrever bem
mais fácil, basta ter um lápis e um papel, pois ideias de amor não me faltam.
Creio que pensamos em amor até na hora que estamos raivosos. Ficamos com raiva
por não nos sentirmos amados: Então, com uma ideia na cabeça, por menor que
seja, uma folha em branco e um lápis deslizando, o texto se avulta e toma
forma, ora em prosa, na maior parte das vezes em poesia e o amor está impresso.
No amor a coisa se
complica, não há lápis nem papel e a corrida é sempre incerta. O amor necessita
de duas cabeças, dois momentos e duas ideias. Tudo tem que se interligar. Os
momentos descompassados tem que entrar em uníssono, as ideias tem que assumirem
coloridos complementares para dar uma matiza uniforme e harmônica. Os lábios
tem que se sentirem, não como simples contato, mas com integração, que toque os
sinos da Matriz perdida no distante vilarejo, onde o padre feche os olhos e as comadres
estejam distraídas a olhar os maridos maliciosos que cortejam as vizinhas e
então, no espaço dos ipês amarelos, na relva da sensibilidade, os perfumes dos
sentimentos se tornam uno e o amor daí se escreve.
É muito mais fácil
escrever, amar tem suas dificuldades. Mas o ideal é que os dois se juntem e,
nunca mais se separem como nas histórias infantis, que prometem a eternidade.
29/09/12
Tony-poeta
" muito mais fácil escrever, amar tem suas dificuldades. Mas o ideal é que os dois se juntem e, nunca mais se separem como nas histórias infantis, que prometem a eternidade." Que expressão belíssima da arte de escrever. E amar. Parabéns, Poeta!
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