quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O BANHO DA PRINCESA


O BANHO DA PRINCESA


 

Levava Lacan, meu cão, para seu banho semanal no Petshop. Ana desceu com ele e fiquei esperando no carro, enquanto ela o deixava com o tratador. De repente vi um cachorro de porte médio, parecia um Fox, correndo; com o tratador e o dono atrás.

O cachorro sem coleira parou ao lado do carro do dono, foi recapturado. Fugia do banho. Esta história já conhecia. Skip, o Fox que cresceu com meus filhos, só de escutar a palavra banho, desaparecia. Na época o banho era dado no tanque, mesmo.

Mas, o que me recordou esta cena foi muito anterior. Lembranças da remota infância.

A farmácia do Sr. Aldo ficava na Rua Jaceguai com a Rua Santo Amaro, onde morávamos. Naquele tempo médico era coisa rara e difícil. Eu tinha três anos e uma rinite muito forte, [achavam que era bronquite]. Aliás, tenho até hoje e, continua forte. O farmacêutico fazia o papel de médico, juntamente com a sapiência de minha mãe. Portanto estava com uma junta médica: minha progenitora e Sr. Aldo. Tratavam minha pseudo bronquite.

O tratamento era de choque: Injeção de cálcio para aumentar a resistência e o famigerado Extrato de fígado, uma injeção oleosa, muito dolorosa, que doía por dias; na época acreditavam ser tiro e queda para a doença. [eu quase caia de dor].

Cada crise, e era frequente, lá estava eu na farmácia. A história se repetia: Sr. Aldo preparava a injeção, soltava duas gotinhas para ver se o líquido fluía corretamente, e eu com o short semi- abaixado saia correndo, descendo a Rua Jaceguai. Fugia que nem a Princesa.

Parece que para o desprazer toda criação é igual, incluindo a humana.

Em tempo, não deu resultado tal tratamento, não tente para seus filhos.

 

05/09/12

Tony-poeta

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