quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PRAIA E SEUS HABITANTES


PRAIA E SEUS HABITANTES


 

Estou preparado para o feriado prolongado. Fui ao Hipermercado, enchi a dispensa. Revisei a medicação para azia, dor de cabeça e imprevistos; tudo pronto. Três dias em casa. Sou o praiano que não depende da praia. Quem depende está agitado.

Atendi uma balconista de farmácia hoje que veio pedir calmantes. Referia que todo mundo resolve comprar remédios, além dos protetores solares e bronzeadores. O estabelecimento fica lotado, e é verdade; formam-se filas também nas farmácias, além das padarias, supermercados, balsas e acessos. Tudo lotado. Todo mundo irritado já que quer ir tomar sol, se este sair e, procurar um lugar entre os guarda sóis que permitam a passagem de algum raio do astro rei.

Sou paulistano, e desde criança frequentei a Baixada Santista. Morei depois em Marilia. Tanto em São Paulo, com maior frequência, como no Interior, programa é praia, a cidade feita para nos receber, onde ninguém trabalha. É a ideia que todos fazem. Como pensava nesta asneira [me desculpem os asnos], não sei explicar.

É logico que este acumulo de pessoas mal alojadas e mal acomodadas geram lucro local. Na véspera de feriado o atendimento da população praiana nos serviços médicos é quase nulo. Todos estão trabalhando; porém todos têm seus empregos normais, como qualquer cidadão do país.

Nestes dias conversei com um morador da Prainha Branca, sobre os feriados. Este lugar paradisíaco fica próximo à balsa Guarujá-Bertioga, só é possível o acesso a pé ou de barco. Conserva a natureza natural com fauna e flora; pássaros e flores.

A população do local, nativa por assim dizer, aproveita para ganhar alguns trocados com os turistas. Durante o resto do tempo a frequência é maior de surfistas. Perguntei da sujeira que fazem, e ele descreveu:

- É impressionante, deixamos a praia bem limpa. Daí eles chegam com suas sacolas, passam o dia na areia, no final da tarde saem xingando: dizem que a praia é imunda, principalmente em volta de onde estavam. A gente limpa novamente e, no outro dia a história se repete.

-Veja bem doutor: o nosso grande problema é que o lixo acomodado em sacos grandes tem que ser transportado de barco até a balsa, onde passa o caminhão coletor. É uma mão de obra. A lancha é pequena, fica lotada até a borda, complica muito se o mar estiver mexido.

Quando paulistano que frequentava praia não tinha me ocorrido este estúpido pensamento, agora já sei: - Os praianos além de não trabalhar sujam a praia. Que povo relaxado!

Depois os turistas dizem que não são paranoicos.

 

06/09/12

Tony-poeta

 

 

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