quinta-feira, 6 de setembro de 2012

seu justino e as eleições


SEU JUSTINO E AS ELEIÇÕES


 

 

Seu Justino era o tipo do idoso revoltado social. Dizem que era bem de vida, ajudou e estudou os filhos. Aguentou a esposa que diziam ser uma jararaca. Deixou todos bem.

A esposa morreu os filhos após muitos “rolos”, levaram quase tudo o que ganhou na vida, e “se mandaram”. O deixaram com a aposentadoria e uma casinha em um bairro popular na praia.

A reação dele foi querer tudo certo, nos mínimos detalhes. Brigava apesar dos seus mais de setenta anos.  Já tinha dado mostras de sua intransigência. Toda vizinhança tinha medo dele.

Na época de eleição ficava doido. Não atendia a porta para politico, denunciava o som muito alto. Mas o pior era com os papéis que jogavam para dentro de seu jardim. No principio telefonou para o TSE. Informaram que nada podiam fazer.

Ficou inconformado:- Não achava justo ter que varrer a sujeira de políticos, segundo ele. Xingava os moleques contratados para distribuir os papéis. Estes não deram a menor confiança; sabendo da braveza do velho começaram a colocar os impressos na hora que ele não estava. Como os candidatos instruíram. O candidato sempre imagina que haverá um milagre e o eleitor acabará fixando seu nome e votando.

Seu Justino não achou outra solução, afinal não ficaria engolindo mais este sapo. A partir de sua resolução, passou a ficar de tocaia e, cada vez que se jogava um papel em sua propriedade, saia do esconderijo e fazia o cabo eleitoral recolher.

Deu certo, a casa dele é a única que não junta propaganda politica.

 

07/09/12

Tony-poeta

Nenhum comentário:

Postar um comentário