quinta-feira, 11 de outubro de 2012

CATO DO MUNDO

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CANTO DO MUNDO


 

A chuva chegou depois de longa estiagem. Veio fria, com rajadas de ventos diagonais penetrando meu ser. Um calafrio percorreu minha coluna e mostrou o desamparo de meu ser errante jogado no mundo, a mercê das intempéries desta desconhecida natureza. As indagações correram em meu intimo, aflitas e sem repostas aparentes:

-Que faz um poeta solitário no frio da noite a andar pelo mundo?

-Existe neste planeta um lugar escondido que agasalhe pensamentos, um canto no mundo jogado no espaço?

Existe neste canto alguma inspiração sobrenatural que me dê agasalho?

Linda Odalisca apareceu num vento obliquo, com cabelos voando ao som da natureza, musica desconhecida tocava numa orquestra que flutuava nos céus. Os seios saltitantes batiam o compasso da música fina que adentrava a alma e, na cintura muito fina, escultural como um cristal soprado por um vidreiro artesão, acompanhava a melodia. As pernas e coxas batiam o ritmo e dentro da chuva, do vento. Um ar de azul no céu se fazia.

Olhou-me nos olhos esta Odalisca formosa que dançava, voava na solidão. Seus olhos meigos penetraram em minha alma. Falava com ela, a musa do espaço e acalmava o vate perdido na noite fria.  Ouvi a frase macia que consolava. Dizia:

- O único alento do ser, jogado no mundo, num canto do mundo: é o olhar de amor que dá agasalho.

Sai pelo espaço, dançando o compasso do som encantado, que me trazia a Odalisca que me agasalhava, com olhar de amor, neste canto do mundo onde eu estava jogado.

 

11/10/12

www.tony-poeta.blogspot.com

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