Jurado
de Morte
Como se não ouve-se outra vida
Como se o por do sol não raia-se mais pela manha
Na escuridão e na minha voz homóloga do silêncio defunto
Como se não ouve-se outra vida
Como se o por do sol não raia-se mais pela manha
Na escuridão e na minha voz homóloga do silêncio defunto
Juízes, talvez julgar-me não me cabe
Muito menos sentenciar vivência expressas em mim
Eu sou, vou é me por e raiar
Chorar nas ruas na beleza solar
Mendigar aflitamente versos fantasmas
Como se a morte estivesse em mim ensaiar o deixar de viver
Loucuras, digo que não há como a um manicómio me comparar
Sanidade, talvez seja o meu paralelo
Loucura jurada eternamente alma da minha demência
Em manhas gémeas dos supostos cadáveres dos meus eus
Mudos, talvez inertes, movidos sem vontade própria
Me reescrevo se sou
Chorar de tristezas
Só se furtar versos de Izidine Jaime e seus heterónimos
Para comparar as ideias que roubo de mim
É de loucos escrever nada
E você achar que muito escrevo…
… Reticência para quem pouco pensa
Mas se pouco a minha mente processa
De onde vêem versos forçados a ser
Ou essa tamanha eloquência?
Justifico o muito reescrito somente por reticências
Elevo manicomiamente ao auge
Orbito levemente na transcendência
Ensaiando o meu deixar de viver.
Moribundo escritor de um outro ser
Ex-jurado de morte numa outra vida
Defunto desfrutando do raiar do sol
Heterónimos falando no meu silêncio defunto
Fazendo das minhas ideias cobaias
Para saber como matar a perfeição da escrita
Arthur
Dellarubia (Heterónimo de JOVENAL MALOA
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