sábado, 27 de outubro de 2012

O MÁGICO E AS CRIANÇAS

imagem google

O MÁGICO E AS CRIANÇAS


 

O mágico chegou ao aniversário. Com seu fraque preto. Era muito, mas muito alto em relação às crianças. As crianças olharam interrogativas:

- Quem será este homem grande de roupa gozada?

- Sentem no chão, ordenou o mágico.

Todas as crianças sentaram e curiosas aguardavam.

- Vou fazer mágicas.

- Gigi, a aniversariante pegue seta varinha mágica.

A menina pegou e a varinha ficou torta. Gigi nada falou, os olhinhos revelavam susto.

- Não tem importância. Tenho outra vara. Tome!

Os olhinhos brilharem. A varinha entortou novamente. A menina olhou para baixo.

- Não tem importância, falou o mágico, abriu uma caixa e tirou uma vara maior, muito maior, as crianças riram. Então colocando o bastão ao lado começou os truques.  As crianças começaram olhar embevecidas.

Cada demonstração, todas olhavam com enlevo no olhar de sonhos, sorriam com sorrisos suaves de descobertas. E a função continuou.

Pais e avós assistiam, fotografavam o mágico, as crianças e os truques. Todos os movimentos foram fotografados. Cada olhar de aprovação, dúvida ou espanto ficou marcado. Cada sorriso, cada beicinho de frustração, que precedia o da vitória, estava na foto. Tudo foi registrado.

Ao terminar a sessão, ao olhar em cada foto faltava à fantasia. Não estava registrado: a comparação do mundo real, o mundo do mágico e o mundo da fantasia. A foto registrou os puros e lindos sorrisos, os embevecidos olhares, os momentos de espanto e alegria. Mas faltava.

Faltava a fantasia, a pura fantasia de pequeninos seres ainda sem malicia enfrentando o mundo; jamais estas fantasias aparecerão em fotos, pois este mundo pertence a outro registro e outra dimensão: Pertence ao registro da poesia.

 

27/10/12

www.tony-poeta.blogspot.com

 

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