A POESIA POR LUCRECIO
Tito Lucrécio
Caro [98
a.C. a 50 a.C.]
Grandes
são as coisas que ensino para expurgar do ânimo vãs superstições; obscuras são
as matérias de que falo e para elas componho versos de luminosa clareza. [...]
Quando querem
ministrar às crianças o amargo absinto, os médicos começam por dourar as bordas
da taça com um mel louro e açucarado; assim, a juventude imprevidente, os
lábios enganados pela doçura, engole a bebida amarga e, iludida para seu
próprio bem, recobra a força e a saúde. Também eu, porque a doutrina é muito
amarga para quem não a conhece a fundo e o vulgar dela se afasta com horror,
quis expô-la para ti na doce linguagem das Musas como se a impregnasse de mel (
Da natureza, IV, 15-20 citado por Marilena Chauí, Introdução
a história da Filosofia, 6, pg. 255)
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