Múmia pensante dos meus tristes dias
O
sol castigava-me a alma
Ardente
me era a vida profana
Selvas
jaziam mortas sem jardins e faunas
Em
oásis de palavras secas jazentes de água
Tempestades
cobriam meu cadáver corpo
Meu
cérebro se fazia múmia de intelectos mortos
Coberto
de areia nos arredores dos ossos do meu crânio – escombros
E
na penúria do esquecimento dum simples sopro
Me
soa a tristeza essa verdade minha platónica
Pois
me sinto desertado pela minha alma egípcia
Há
quantos ramisses escritas pragas farei fortalezas cónicas
A
fim de desedificar o deserto desta minha ideia fictícia
Sem
sede camelo disposto – pernas em formas de palavras
Desertando
ideias nestas ilusórias viagens ao imaginado meu Sahara
E
algo também como Moisés divide em meu cérebro as estagnadas águas
Não
me basta pensar que sou uma múmia sem ligaduras e nada mais…
Jovenal Maloa – in textos Soberanos
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