quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

MUMIA PENSANTE DOS MEUS TRISTES DIAS - poemas de Jovenal Maloa - Moçambique


Múmia pensante dos meus tristes dias

 

O sol castigava-me a alma

Ardente me era a vida profana

Selvas jaziam mortas sem jardins e faunas

Em oásis de palavras secas jazentes de água

 

Tempestades cobriam meu cadáver corpo

Meu cérebro se fazia múmia de intelectos mortos

Coberto de areia nos arredores dos ossos do meu crânio – escombros

E na penúria do esquecimento dum simples sopro

 

Me soa a tristeza essa verdade minha platónica

Pois me sinto desertado pela minha alma egípcia

Há quantos ramisses escritas pragas farei fortalezas cónicas

A fim de desedificar o deserto desta minha ideia fictícia

 

Sem sede camelo disposto – pernas em formas de palavras

Desertando ideias nestas ilusórias viagens ao imaginado meu Sahara

E algo também como Moisés divide em meu cérebro as estagnadas águas

Não me basta pensar que sou uma múmia sem ligaduras e nada mais…

 

 

Jovenal Maloa – in textos Soberanos

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