segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O VAGALUME



O VAGALUME



Recostado e resfriado espero dar a hora de dormir. Súbito aparece um vagalume. Sim! Um vagalume entrou na janela do quarto andar. Era visível a luzinha azul piscando.
Que trará este besouro a minha residência. Dizem que borboletas são portadoras de noticias; pode ser que o pequeno inseto, dada sua luz, seja portador de sonhos, daqueles sonhos que esvoaçam as fantasias e no espaço do nada, onde elas existem, projetam todas as alegrias represadas e embutidas no nosso difícil cotidiano moderno. Sim!  Lá estava ele em meu quarto, num feito inédito portando alegorias de uma vida perfeita.
Apesar do calor, desliguei o ventilador de teto. Apaguei as luzes, peguei a máquina fotográfica. No mundo atual ela é indispensável para provar que vimos e partilhamos. Quem sabe a máquina também fotografe fantasias. Vamos tentar.
A luz do mensageiro evoluía em círculos no cômodo, não conseguia foca-lo. Repentinamente, acho que se sentindo cansado pousou no armário.
Flash! Bati a foto, muito mais brilhante que o pequeno inseto dos sonhos.  Lógico que não saiu nada, nem o vagalume, nem as fantasias que ele certamente carrega.
Não adiantaria abrir o diafragma, sonhos sempre são movimentados e com evoluções imprevisíveis, pelo menos repetiam nosso dia a dia. Fiquei eu e a máquina observando a luz azul.
Repentinamente, ele foi dormir em baixo da cama. Deve ter entrado entre os estrados e desaparecido, certamente o sonho estava cansado de sonhar. Era a realidade.
Olhei o visor da câmera e dava para ver um pontinho de luz azul. Era ele! Pena que só eu saberia que era meu visitante do mundo mágico.
Liguei novamente o ventilador e fui colocar o pijama.

19/02/13
Tony-poeta

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