O VAGALUME
Recostado e resfriado espero dar a hora de dormir. Súbito aparece
um vagalume. Sim! Um vagalume entrou na janela do quarto andar. Era visível a
luzinha azul piscando.
Que trará este besouro a minha residência. Dizem que borboletas
são portadoras de noticias; pode ser que o pequeno inseto, dada sua luz, seja
portador de sonhos, daqueles sonhos que esvoaçam as fantasias e no espaço do
nada, onde elas existem, projetam todas as alegrias represadas e embutidas no
nosso difícil cotidiano moderno. Sim! Lá
estava ele em meu quarto, num feito inédito portando alegorias de uma vida
perfeita.
Apesar do calor, desliguei o ventilador de teto. Apaguei as
luzes, peguei a máquina fotográfica. No mundo atual ela é indispensável para
provar que vimos e partilhamos. Quem sabe a máquina também fotografe fantasias.
Vamos tentar.
A luz do mensageiro evoluía em círculos no cômodo, não conseguia
foca-lo. Repentinamente, acho que se sentindo cansado pousou no armário.
Flash! Bati a foto, muito mais brilhante que o pequeno inseto
dos sonhos. Lógico que não saiu nada,
nem o vagalume, nem as fantasias que ele certamente carrega.
Não adiantaria abrir o diafragma, sonhos sempre são movimentados
e com evoluções imprevisíveis, pelo menos repetiam nosso dia a dia. Fiquei eu e
a máquina observando a luz azul.
Repentinamente, ele foi dormir em baixo da cama. Deve ter
entrado entre os estrados e desaparecido, certamente o sonho estava cansado de
sonhar. Era a realidade.
Olhei o visor da câmera e dava para ver um pontinho de luz azul.
Era ele! Pena que só eu saberia que era meu visitante do mundo mágico.
Liguei novamente o ventilador e fui colocar o pijama.
19/02/13
Tony-poeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário