OS BOIS E AS MOÇAS
Três bois andavam calmamente
pela rua, um com chifres finos e pontudos, os outros dois mochos. Às vezes
fogem alguns cavalos ou bovinos das chácaras próximas.
Na quadra lateral,
com grande possibilidade de chegar juntamente com os bovinos na esquina, vinham
três moças, com ar de turistas. Comum numa cidade praiana.
O chifre apareceu antes
na esquina. As moças pararam. Os ruminantes pararam também e por fim chegaram à
conclusão de congestionar o trânsito na Av. Dom Pedro; não sei por que, sempre
que fogem vão tumultuar a Avenida, é um hábito dos animais.
Os elementos
femininos, que iam à mesma direção, pararam um pouco, pegaram três pequenos cascalhos
de rua, bem pequenos mesmo, deram distancia aos animais e seguiram em
procissão, já devidamente armadas com três pedrinhas.
No meio do
quarteirão os bovinos toparam com um coletor de latinhas, com dois sacos pretos
cheios das mesmas. Aparentando ser acostumado com gado, fez um movimento
circular com o braço segurando o saco, igual ao que caboclo faz com o chapéu
para afastar o animal desgarrado. Os invasores desistiram de ir até a avenida,
deram meia volta e correram retornando. As moças jogaram as três pedrinhas e
desesperadamente correram até a esquina e ficaram olhando de esgueiro. Um ciclista quase foi atropelado pelos
animais fugitivos.
Os animais voltaram
ao Sitio. O catador continuou seu trabalho e as três moças tinham uma aventura
emocionante, que lembrava o século passado, para contar no retorno da viagem.
Tony-poeta
23/02/13
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