quinta-feira, 21 de março de 2013

O SUSPENSÓRIO



O SUSPENSÓRIO



Comprei um suspensório. Sim! Um suspensório. Não foi sem hesitação.
Estava exposto em uma loja quando me lembrei da infância, mas que lembrança!
Era bem pequeno, usava calças curtas, um péssimo modo de tratar os meninos na época e, suspensórios. Ah, como lembro!
Andava eu e minha mãe pelas ruas, ela me dava beliscões. É que andava com as mãos nos bolsos da minha calça curta, com o suspensório levantando a dita cuja e minhas mãos forçando-as para baixo. Neste modo genial de andar, tropeçava em cada buraco da calçada e o beliscão era a advertência que estava estragando o bico do sapato. As botinas eram caras na época.
Não sei como parei de usar o suspensório; não as mãos no bolso. Conservo-as até hoje.
Depois desta época, estes apetrechos creio que exclusivamente masculinos, [não é costumeiro em mulheres], só apareciam vez ou outra em filmes, principalmente os antigos.
Sabe? Mulher não precisa dele. Tem cintura. Nos desfiles de beleza vê-se sempre 98 de busto, 98 de quadril e 45 de cintura. A Marta Rocha perdeu por dois centímetros, a mais, no quadril. Portanto no sexo frágil é bem definida. Se não for usa espartilho, faz plástica, ou seja, dá-se um jeito.
Nunca tive cintura, pensando bem. Agora que sou sexagenário piorou, tenho uma saliência, dizem que é do sucesso. Mas tentando lembrar, nunca descobri onde ficava esta tal cintura em mim. Era reto quando mais jovem, ao contrario do roliço atual.
Foi pensando assim que comprei o dito cujo, que está na gaveta. Só estou esperando ver mais alguém usando um, que não quero pagar o mico de ser o único a usá-lo.

21/03/13
Tony-poeta



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