domingo, 2 de junho de 2013

APRISIONAMENTO



 
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APRISIONAMENTO


Viver é aprisionar a vida. Não sabemos viver!
A vida livre que flui em bosques e pradarias, que existe em cada elemento da natureza, não tem amarras, nem tempo, nem espaço. Apenas vive solta, seguindo seu rumo, cumprindo sua missão: a de ser vida.
O tempo não existe, tanto faz uma mosca viver dias ou um carvalho séculos, lá está ela livre e disponível dentro do ser. A vida é liberdade.
O humano complica a vida, ao viver a aprisiona e amarra, nas suas garras internas quer administrar a vida pensando viver. Como pode passar pela mente prender o que é livre?
Mas, prendemos a vida, colocamos limite, delimitamos espaços a obrigamos a um tempo que apenas existe em nossa imaginação, baseado na duração media das existências, sendo que não sabemos quanto dura uma existência individual, assim a vida é amarrada.
A vida se debate com o viver. Este sente, mas não reconhece, se deprime, angustia, chora, ri histérico pensando que está alegre e mal desfruta de uma alegria efêmera que se dissipará em segundos seguida de choro copioso, e a vida continua presa no viver errante do individuo.
Não conseguimos viver por viver, soltar as rédeas que aprisionam nosso caminhar e deixar que tudo flua como tem que fluir, sem regras rígidas, sem considerar os outros errados ou certos, e nos colocarmos em grau de superioridade fictícia se a vida é igual para tudo e todos.
E na solidão ante o mundo não conseguimos olhar em nosso viver a vida que habita em nós. Prendemos a vida, não a soltamos, deixamo-la presa e amarrada e choramos nossa infelicidade.
Viver é deixar a vida fluir, pois ela permanecerá sempre. Nós, pobre de nós! Somos seres passageiros que apenas a capturamos neste fugaz efeito de viver.

02/06/13
Tony-poeta

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