terça-feira, 4 de junho de 2013

CONSUMISMO



 
imagem BBC

CONSUMISMO


Oito bilhões de elefantes comendo a copa das árvores conseguem acabar com as florestas.
Isto é o que está acontecendo. O consumismo desenfreado está acabando com o planeta. Esta foi à conclusão que me ocorreu, quando numa pagina de poesia se abriu um desafio de se escrever como proteger a natureza no dia do meio ambiente.
Não sou nem economista, nem monge; tampouco prego vegetarianismo ou outra qualquer filosofia de vida ou modismos. Acompanhem meu raciocínio:
Excetuando-se dois bilhões de humanos que vivem em miséria absoluta, com centenas de mortes infantis por fome por dia, o restante da população tem algum consumo, variando conforme a classe social que ela se encontra. Usarei como parâmetro onde vivo, ou seja, o Estado de São Paulo.
Nesta camada de consumo a grande parte consome mais do que precisa. Todos justificam com propriedade que é para seu bem estar e para não ficar inferiorizado de seus vizinhos.
Assim, a partir de certo nível de ganho temos repetições de objetos, por exemplo: Um celular com máquina fotográfica que se conecte com a internet, uma máquina fotográfica, um tablete, um notebook, um computador. Portanto repetições, o celular e o computador seriam suficientes para suas necessidades. Se tiverem uma boa televisão e no Hipermercado aparecer uma oferta a preço tentador, comprarão outro aparelho para colocar no quarto.
Em seus armários encontraremos meia dúzia de toalhas de banho, compradas em ofertas irresistíveis, vários pares de sapatos, muitas calças, camisas, vestidos, blusas e assim por diante.
Olhando bem, consumimos várias vezes mais do que a necessidade básica de viver bem. Não estou pregando para ninguém não comprar e nem andar em andrajos.
O carro, se possível deve ser trocado cada um ou dois anos, cada eletrodoméstico é trocado regularmente em períodos breves, bem como os móveis, sempre que for possível, acompanhando a moda da época.
Toda novidade em eletrodomésticos, modas ou lazer é rapidamente adquirida. Se demorar muito para ter o dinheiro para a compra, a angústia acompanha a família.
O que tem a ver tudo isto com a natureza? Respondo: TUDO!
O mundo atual é dominado por grandes conglomerados incluído superempresas, bancos. A mobilidade dos pequenos é limitada pelo capital que não possuem e dependem diretamente do sistema bancário e dos fornecedores, direta ou indiretamente ligados a uma empresa multinacional.
A lavoura e o agronegócio, por maior que seja, depende de fertilizantes, sementes e agrotóxicos, tudo dominado pelo capital Internacional incidindo royalty e outras taxas.
Resumindo, o Capital Internacional dirige tudo, direta ou indiretamente e os bancos são os fornecedores do combustível para a economia funcionar.
Portanto temos um sistema Internacional [bancos e multinacionais] donos do capital, um sistema de distribuição [intermediários locais], um sistema de propaganda [imprensa] e consumidores. A Imprensa é dependente e só sobrevive pelo capital.
Como tudo que se compre e produz é despesa em moedas estrangeiras, atinge a balança comercial e incide juros para o País. O que se produz é em grande parte consumido no mercado interno, sem abater os dólares de custo [insumos, royalty, patentes, matérias primas]. O Sistema fica sempre deficitário obrigando ao governo estimular a produção tanto para diminuir o déficit, como para amenizar a pressão que sofre como devedor. O sistema funciona para o país como um cartão de crédito que não se consegue pagar a totalidade da fatura e a divida sempre aumenta, no nosso caso obrigando a aumentar a produção.
A máquina do Capital por outro lado, tende sempre aumentar o lucro e maquia as bugigangas que oferece a população, para que esta gaste mais e gere maior receita.
Para aumentar a produção há necessidade de além de melhor técnica [sempre importada] mais terra. [tanto para plantio, como geração de energia, transporte e armazenagem], obrigando a cada vez mais ocupar terras ocupadas por matas para produzir.
Os Índios, Sem Terras e quilombolas deveriam ser respeitados neste processo. Os primeiros preservando suas terras sagradas e de subsistência; os outros dois dentro de um processo de agricultura familiar fornecendo alimentos para a população a um custo menor. Este procedimento não agrada o capital, que além de necessitar do espaço para consumir insumos, teria a concorrência de produtos fora das bolsas de Mercadorias; portanto sem lucro.
Nestes casos age com a imprensa desqualificando este seguimento e ainda por via judicial, que sempre é oriunda da classe dominante, inclinada por convicção a concordar com o sistema de capital.
O sistema é fechado, portanto. As árvores continuarão sendo destruídas e os mais fracos expulsos de suas terras. Não vejo como reverter a situação enquanto durar esta forma de Capital. A única maneira de controle é nossa própria restrição de consumo para poder quitar este cartão de crédito interminável.
A solução cabe a cada um dos cidadãos.

Tony-poeta
04/06/13







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