domingo, 22 de setembro de 2013

MINHA TERRA



 
foto premiada Google.

MINHA TERRA


Minha terra é onde habito; o restante não me pertence.
Terra é a comunhão do meu suor, meus risos e minhas lágrimas. A terra me penetra e a penetro, sou terra apenas.
Terra é o compartilhamento de meus momentos de alegria junto às plantas, aves, animais e insetos que me rodeiam e participam, entendendo ou sem entender, da jornada da existência. Somos restritos a terra e todos a ela pertencemos. Lá onde se enterrou a placenta que me nutriu serei enterrado, refazendo o ciclo da natureza. Lá nascerá uma erva daninha ou uma roseira e será certamente uma prazerosa continuação do que sou.
Meus vizinhos, são tantos, seguem a mesma poesia de metamorfose, todos lutam, todos tem sua recompensa, todos sofrem. Quem garante que meu choro não fará a flor exalar seu perfume para meu consolo?
Será que minha felicidade não provocará a dança sublime dos insetos rodeando a vegetação que se abre em toda amplidão para pertencer ao momento de êxtase?
E os pequenos micróbios e bacilos, será que não dançam também junto a todos e não sonham com a vida?
Sou onde estou; não tenho heranças, estas pertencem a quem vive e compartilha o lugar. A terra distante pertence à outra sinfonia, nada adiantou a Alexandre, O Grande invadir terras desconhecidas se chegando a seu canto, ao lugar que era realmente seu, foi enterrado junto com as marcas de sua infância e seu viver.
A terra é apenas uma pousada onde passamos a breve existência, juntamente com tudo que nela habita. A terra é parte da metamorfose de um corpo que recebeu vida provisória, e na união de todos os moradores se faz um todo chamado viver.
Não tenho heranças, as casas anteriores estão abandonadas, como abandonarei minha morada que receberá eternamente novos moradores.

22/09/2013
Tony-poeta



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