segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PRISIONEIROS DA SOLIDÃO



 
foto Google

PRISIONEIROS DA SOLIDÃO.


Não adianta, somos prisioneiros da solidão, nossa fuga insana, mesmo nos dando grandes momentos de alegria termina sempre no retorno a nós mesmos.
Não que não devamos fugir da sina que nos acompanha, porém encravada na nossa fantasia de vida ser só se torna parte de nós mesmos. Somos seres egoístas e solitários, sim! Tem sua lógica: se nos fundirmos na amizade ou no amor, a morte de um seria a morte do outro e interrupção do ciclo do viver.
Ao nascer a mãe se despreende, a mãe é você mesmo, na divisão ela se perdeu e ficaste sozinho. A parte perdida se aproxima e afasta, presença-ausência, a falta aumenta e é substituída por fantasias solitárias, tiques e repetições que acompanharão sempre: Porás sempre o copo e agua a direita e o garfo a esquerda em suas refeições, aí de quem mudar! Os objetos, falarão contigo e manterão a ordem de tua vida enquanto procuras quem te dê colo ou companhia.
Procurarás nas ruas, nos bares, nas pessoas pequenos gestos de companhia ou amor, são encontros breves que logo se dissipam, pois fantasias se movem como nuvens em novos desenhos e novas alegorias e continuas só.
As Paixões, este encontro de fantasias que levam a um novo mundo em nova dimensão, às vezes acontecem, o novo mundo se torna sublime e tu retornas a origem tão bruscamente desfeita. Mas o tempo é breve e o corte é certo, não existe consistência em fantasias a dois e o retorno à amizade e o amor se fez lacônico, e vigias o copo a direita enquanto o parceiro existe na esquerda. Mesmo que a união permaneça é no nível de amizade e convivência, sempre com amor e guerra, nenhum dos dois aceita a fusão desfeita pela segunda vez e, como na musica “entre tapas e beijos” a vida segue ora com amor, ora com amizade e o tempo maior na solidão e na fantasia de busca de outras pessoas que completarão seu viver.
E nesta vida tangenciando a amizade dos amigos e o amor da amada, bebes tua agua solitária voltando ao que sempre foi: um ser nascido e abandonado na Terra, que busca a felicidade e um motivo de viver, desfrutando de encontros passageiros reduzidos a momentos e conversando com a solidão que te segue como um cão amigo, que te escuta, mas não responde e não esclarece o viver.
Somos solitários na luta pelo amor, apenas.



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