sábado, 26 de outubro de 2013

à PAIXÃO SEGUNDO O POETA


A PAIXÃO SEGUNDO O POETA


Todos procuram uma paixão. Ninguém nos seus momentos de devaneio deixa de procurá-la. Os humanos são sempre potenciais apaixonados que fazem milhões de acrobacias para no alto do picadeiro enxergar o outro amado, correm na corda bamba, sem rede de proteção, para um encontro de luzes que irradiará sonhos e dará cores as mais intimas fantasias de amor.
Se todos procuram uma paixão, como a conhecem?  Em que lugar do passado existe este modelo universal que move os devaneios e as esperanças?
Por certo não será no parto, o nascer mesmo vislumbrando um mundo novo é ato isolado e com sofrimento; a dor e a mudança de ambiente faz do nascer um modelo de dor. Pode ser que haja amor, porém está mais para o masoquismo, deste sentimento terno acompanhado de dor que tanto impressionou os psicólogos. O nascer pode ser masoquista, mas não é paixão absolutamente.
Se todos têm o germe da paixão encravado nos seus anseios e se deliciam com ele, este não pode estar na relação sexual.  Nem todo sexo é prazeroso, pode haver estupro, interesses de posição social, geração em laboratório. Um modelo tem que ser Universal. O sexo busca o prazer, a paixão é anterior a relação. O sexo por si só não é paixão.
Resta o encontro dos gametas, por exclusão aí reside o modelo da Paixão. Este encontro mágico e poético, onde a carga de vida masculina encontra-se com a feminina, gera a explosão de vida. Sim a Paixão é o encontro de duas forças formando uma. Dupla força de energia se une em um festival de cores iluminando com vida todo o espaço. A união da vida certamente será o modelo da Paixão, que todos carregamos pela existência.
Passamos pelo planeta buscando esta paixão sempre fugidia. Não que não tenhamos encontros, geralmente os temos, às vezes mais de um, mas na dança das cores do éter onde se forma este mundo, dois seres se instalam. Perde-se o referencial de tempo e espaço, é criada uma dimensão própria fora de qualquer explicação terrena; talvez como se retornassem ao Universo das trompas que acolheu o primeiro encontro explosivo.
O tempo, sempre breve e soberano restitui os seres à Terra e, a Paixão se transforma em amor duradouro? Talvez? Pode também ser um momento brejeiro e que cada um siga seu caminho em busca da paixão do modelo original. Tudo leva ao retorno e a busca da Paixão.
Viver é buscar Paixão e sair do mundo, mesmo que seja por alguns instantes.

27/10/13
Tony-poeta


Nenhum comentário:

Postar um comentário