TEMPO É
DINHEIRO E O SIMBÓLICO.
Nos diversos povos que habitam o planeta, os Orientais
valorizavam mais o Espaço e os Ocidentais o tempo. Nos Povos da América e África,
pelas condições do ambiente era proporcional. O que mais chamava a atenção é
que o culto aos ancestrais em todos eles preenchia o simbólico. No velho
testamento a genealogia é relatada minuciosamente e o culto aos mortos é ponto
alto da sociedade.
Os Orientais o culto e o respeito aos mortos é destacado. Na África
toda a religião se divide na ancestralidade e nas Américas, o culto aos mortos
lembra em muito o Oriente.
Com a revolução Industrial e o desenvolvimento do Comercio no
Ocidente, juntamente com a quebra da proibição da usura na Reforma Protestante,
o dinheiro começou a ter maior valor.
No final dos anos 60, com o Capitalismo dominando praticamente
todo o Planeta, o dinheiro assumiu o valor simbólico antes ocupado pela
ancestralidade.
Com a infeliz frase: “tempo é dinheiro” o símbolo de papel ocupou praticamente todo o Planeta. Passou a
ser o objeto “fetiche” do desejo.
O espaço, a casa, passou a ser o local onde se exibe grandeza
monetária e obrigatoriamente deve ter liquidez para a venda e se valorizar para
tanto. As disposições de objetos que remetiam a tradição e as fotos dos
ancestrais foram paulatinamente abolidas.
O tempo deixou de ser o espaço de encontro, lazer e reforço da
tradição para ser um espaço a ser vencido pelos progressos das Ciências e a astúcia
individual de cada um, com suas artimanhas para ganhar dinheiro de qualquer
forma, mesmo ludibriando quem estiver próximo independente do grau de amizade
ou parentesco.
O êxodo rural se fez intenso, tanto pelo baixo ganho em pequenas
lavouras, como pelo alto custo de sementes modificadas e inseticidas, que como
nome diz, envenenam o meio ambiente. Enquanto a Natureza era atacada a
população mudou para as cidades, como uma multidão de garimpeiros buscando o
papel divino a qualquer custo.
Não havendo regras e valendo qualquer artifício pelos pedaços de
papel, os crimes tornaram-se a norma: todos querendo levar vantagem, do mais
humilde ao cidadão mais rico.
Toda tradição simbólica passou ao símbolo monetário. O espaço
passou a ser um objeto de compra e venda e o tempo ficou atrapalhando até um
dia ser ultrapassado, como todos esperam.
A sociedade se desorganizou e toma um rumo desconhecido, ou em
busca de novos valores ou buscando a segurança do modo antigo, já tão distante.
Na verdade estamos em tempo de mudanças e, até estas se
equilibrarem o mundo está mais inseguro e muito pior. Tomara que as próximas
gerações consigam logo estabilizarem a sociedade dos homens.
28/02/14
Tony-poeta
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