quinta-feira, 17 de abril de 2014

O CORPO COMO MODA




                                 
  O CORPO COMO MODA


               Giovana experimentou oito vestidos, olhava para o espelho fazia feição de desagrado e jogava em cima da cama que estava
     bagunçada. Por fim falou:
· -Vai este mesmo...
· Estava pronta para conhecer os pais de Nando seu namorado.
· O jovem índio Peri está rodeado dos familiares, todos capricham para a pintura da festa anual da tribo. Cores preta e vermelha estão dispostas ao redor para a pintura, feita com todo esmero. É a festa anual da tribo e ele será apresentado como guerreiro pela primeira vez e tem que estar perfeitamente apresentável.
· A moda vem desde o inicio da civilização, o movimento de Giovana e Peri é o mesmo. Os primeiros humanos coletores provavelmente  apenas com gestos corporais e faciais demonstravam seus sentimentos e seu pertencimento  nas atividades do pequeno grupo. Nas regiões de clima frio, o uso de peles para proteção contra a natureza provavelmente originou as vestimentas, necessidade inexistente nos trópicos.
· Com o tempo as roupas e as pinturas, bem como os adereços como ossos, deformações de regiões do corpo, por exemplo aumento dos lábios nos Botucudos e aumento por argolas do pescoço nas mulheres girafas da Ásia completaram a apresentação individual.
· É sabido que o humano, como todos mamíferos, fala pela expressão facial e pelo corpo. O elemento vida, aquele que nos acompanha do nascer ao morrer tem o corpo como efetor.  A filosofia, no caso Hegel acredita que de inicio, antes de termos domínio de nossos sentimentos somos coisa e com melhor conhecimento de si, ou seja, no conhecendo melhor a matéria, isto é, o corpo se torne objeto de nossos sentimentos.
· A expressão corporal e facial é portanto nossa primeira vestimenta evolutiva, como já referido presente em todos mamíferos. Com a formação de grupos fixos, o reforço de nossas expressões tornou-se necessário, tanto para prestigio e reconhecimento na comunidade, como para as guerras e comemorações coletivas com os povos vizinhos. Para tanto a cobertura da pele teve que tomar formas de identidade e sociabilidade incutindo amor e medo, portanto apresentando o ser individual ao coletivo com personalidade própria.
· Hoje, com o capitalismo, a moda virou uma imposição e uma fonte de renda. Com os meios visuais ela tenta ser padronizada, a começar pela postura, pelo corpo trabalhado em academias e dentro de um índice absurdo de massa corporal [IMC] que não abrange totalmente a genética e as mudanças próprias da idade; as tatuagens muito em voga, uma serie muito diversificada de adereços e joias e uma Indústria que muda a cor e os modelos a cada estação
· 
  Mesmo considerando o objetivo de lucro do sistema, este apenas atualiza o fato de que o ser humano tem que se apresentar ao mundo na guerra e no amor e, para cada ocasião há uma vestimenta apropriada,que além de demonstrar o modo que este se encontra internamente com suas angustias e ansiedades; sua predisposição para o amor e para a guerra, o faz pertencente a um sociedade onde tem que sobreviver e reproduzir a espécie.
A moda sempre existiu, na sociedade atual é fator de geração de Capital, porém quem quiser andar fora da moda certamente será olhado com desconfiança pelo grupo e terá grande dificuldade de adaptação.


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