IPÊ ROXO
A população sempre teve suas crendices e sua sabedoria. O uso de
substancias e plantas é desde a antiguidade uma forma de medicina, atualmente
um tanto desprezada.
Pelos anos sessenta, um boato gerou uma medicação da moda: A
água oxigenada, falava-se que, tomando uma certa quantidade da mesma era feita
uma limpeza no organismo e, a saúde era mantida. Como sempre, curava tudo, de
unha encravada até câncer.
A onde passou mais ou menos rapidamente, como todas crendices
sem tradição e foi substituída por uma outra mais poderosa: O Ipê Roxo. Também
curava tudo.
Houve uma febre de casca de Ipê Roxo na Capital Paulista. Camelôs
disputavam espaços para vender as lasquinhas da árvore. Bastava falar que
determinada arvore era Ipê que imediatamente ficava descascada e condicionada
nas barracas do centro, nas feiras e nas lojas de ervas.
Na Praça da Sé há pouco havia sido colocada uma estátua
estilizada. Era um tronco muito alto, calculo uns trinta metros, com o ponteiro
estilizando o Apóstolo Paulo. Estava há algum tempo em exibição.
Não sei como, mas alguém falou que a referida arvore era a
mágica da saúde. Começou uma romaria de pessoas com facas e canivetes cortando
a árvore lisa sem casca e retirando lascas para fazer o remédio. Como a
situação ficou perigosa, com risco de queda do enorme tronco, este foi
retirado. A moda passou e não sei da estátua. [Procurei na Internet, não
localizei].
Hoje me deparo com a notícia, que cientistas da América do Norte
descobriram no mesmo Ipê Roxo, uma substancia que ataca células cancerígenas.
Vamos proteger o Ipê Roxo que vai começar tudo de novo, agora
cientificamente.
06/09/14
Tony-Poeta.
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