sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

HORA DA SAUDADES - crônica poética -



HORA DA SAUDADES


Certo dia João Rogério, técnico em informática, achou que não era certa a bagunça que fazia e, resolveu de uma vez por todas colocar ordem na vida.
Programou o celular para determinar a função: desde a hora de acordar, tomar café, almoçar, até a hora correta que iria repousar. Não esqueceu o horário do jornal da televisão, a hora de pensar bobagens para esquecer o trabalho. Para pensar na vida colocou quinze minutos: era o horário da saudade, iria lembrar a infância, o amor perdido de Maristela e os colegas de escola, foi lá que a conheceu e nunca mais a encontrou.
Mas o tempo traiçoeiro, todo cheio de melindres começou o instigar, cada dia que passava, mais ele se agoniava esperando o horário da saudade se anunciar.
Nesta hora ele sentava, na cadeira mais confortável, sorria ao se lembrar das coisas singelas de outrora e logo escondia a lágrima, contida, que nem ele queria olhar.
Todo dia nesta hora, onde a lágrima se escondia, o celular no seu trinado dizia:
- Já é hora do jantar.

24/01/15
Tony-poeta


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