sábado, 22 de março de 2014

SOCIEDADE; quem será o novo avalista?

SOCIEDADE: QUEM SERÁ O NOVO
AVALISTA?


Toda a vida, de todos os humanos é baseada em contratos que se iniciam ao nascer e seguem até o final da existência de cada um.  Ao nascer estamos fazendo o primeiro contrato. Explico:
A criança que nasce, um ser individual, recebe um lugar dentro de um núcleo familiar onde é esperada. [estou me referindo a uma família padrão de nosso País, onde o neném é esperado]. Esta criança, em simbiose com a mãe forma um contrato com a mesma. A mãe perde parte de sua liberdade para cuidar do jovem que concebeu e este, por sua vez, perde parte da individualidade para desfrutar de um lugar na família onde recebe cuidados e alimentação.  Como todo contrato há perdas e ganhos pelos dois lados.
O contrato entre duas pessoas é inconsistente, uma pode burlá-lo sem conseqüências, o que sempre implica em um aval. Na nossa sociedade, este aval é dado pelo Ministro Religioso que proporciona o valor simbólico do contrato, batizando o recém nato.
Trata-se, portanto de um aval simbólico, onde uma entidade superior, no caso Deus é chamado para selar a união entre a criança que nasce e a mãe que representa o pequeno núcleo familiar onde este ser se estabelece.
Com o aumento do circulo de relacionamento, será realizado a crisma, as comunhões ou os rituais da religião da família. Sempre em termos de contrato do individuo com a sociedade e o núcleo onde vive avalizado pelo ser supremo, simbolicamente.
Em todas as fases seguintes, sempre haverá um ritual social e religioso acompanhando cada fase. Todas as fases implicam em direitos e perdas e o simbólico obrigatoriamente presente. Não há vida social sem algum tipo de simbólico, somos seres simbólicos, seres da fala.
Atualmente a religião enfraqueceu. Não é um processo de agora, vem após séculos de domínio da Igreja Católica perdendo força, que se acentuou com o Cisma Protestante e já na Revolução Francesa, no final de 1.700 a Igreja chegou a ser perseguida e destruída; o que não se efetivou por não existir uma força simbólica que avalizasse o contrato do humano com a sociedade.
Em 1900 Nietzsche decretou que Deus estava morto.  O que ele quis dizer é que toda a regência do simbólico estava enfraquecida e perdera potencia. Na visão do filosofo, entre outras conseqüências a perda desta instancia avalizadora era grave, o enfraquecimento do simbólico é seguido de desorganização social; o que aconteceu em duas Guerras Mundiais e seguidos conflitos isolados.
Esta desestruturação foi acompanhada de uma desordem na constituição familiar, onde a família tradicional: pai, mãe, filhos e avós, perderam a estrutura com formação das mais diversas situações familiares, famílias lideradas pela mãe, pela avó, famílias homo afetivas, famílias com o pai fazendo as duas funções. A estrutura foi perdida e a apresentação do recém-nato à sociedade perdeu o padrão adotado. O acesso ao simbólico ficou prejudicado e dependente, muitas vezes do desempenho pessoal dos pais e da sociedade ao redor da família.
Nos anos 40 do século passado o filósofo Benjamin apontou que o Capitalismo se tornara religião, coerente com o que estou expondo. A religião composta pela Igreja e seus sacerdotes é a encarregada de celebrar o contrato social entre os humanos e a divindade. O Capital neste caso assumia a força simbólica do intermediário e o Deus dividiu o em muitos casos sua força com o Poder.
Com o avanço da tecnologia pós Guerra, um importante avanço, os capitalistas tentam substituir o Divino por máquinas. Existem Universidades fazendo pesquisas pagas pelos Governos, principalmente nos Estados Unidos da América e na Rússia, onde a criação de robôs substituiria todo o trabalho humano, numa complicada teoria de copiar o intimo do sujeito humano para os robôs.  Recebemos visita no Brasil de Anders Sandberg, filosofo da Universidade de Oxford que trabalha com verbas estatais neste sentido e recentemente noticias de pesquisas semelhantes de Rússia.
Esta Utopia, a meu ver absurda, provocaria caos na humanidade, é inimaginável sete bilhões de humanos convivendo com ócio eterno e tendo como simbólico um exercito de máquinas, suprindo todas as suas necessidades.
O que creio que possa se desenvolver, um palpite apenas, é a formação de nova constelação familiar padrão, tanto como casal ou com família grupal, vários homens e mulheres vivendo juntos e cuidando dos filhos como pertencentes a uma comunidade.
No campo religioso o simbólico tomando obrigatoriamente uma nova forma, imprevisível. Aliás, previsto por Nietzsche quando afirma que cada povo faz sua religião, ou seja, seu simbólico.
O que não dá para saber no momento é: Quem está de avalista dos contratos.

23/03/14
Tony-poeta









sexta-feira, 21 de março de 2014

CHUVA

CHUVA


O dia de brilhante e colorido
Com as flores sorrindo nos telhados
Ficou de repente preto e branco
Escurecido... Encolhido
Nas imagens mal vividas do passado.

21/03/14

Tony-poeta
foto do face

quinta-feira, 20 de março de 2014

POESIAS

POESIAS


Poesias:
São palavras
Ao arrepio do vento
Ecoando retornos
A corações apaixonados.

Das letras em claves
O poeta toca a lira
Das palavras melodias
No acorde do sentir.

A Paixão
Qual furacão
Desafia o vento
E dá contornos
Aos sentimentos.

Tony-poeta
20/03/14


quarta-feira, 19 de março de 2014

ENGANO

Engano


Quem
Se amarra a um passado
Deformado,
- apenas em fantasias se formou-
Titubeia
Nos caminhos desta vida
- sempre rude!-
Jamais encontra a fonte
Onde repousa o viajor.
- a natureza forma cortina
 Apenas de mágoas e dor-

19/03/14
Tony-poeta

Imagem Google

terça-feira, 18 de março de 2014

a lua e a marimba

A lua e a marimba


Quando
Nuvens de chuva
Chegam mansamente
A lua sente
Que vai chorar.

Como olho ela se fecha
Caem gotas prateadas
De sonhos
Nos lampiões da esquina.
Fazem marimba no telhado
Embalando pensares
De pele e beijos
Da musa
Que espera o amanhecer.

18/03/14

Tony-poeta

A COLHEITA

A COLHEITA


Zeca das Pedras tinha uma propriedade e oito filhos. Caboclo bonachão gostava mais de contar causos, olhar as mocinhas e pitar na varanda de seu casebre. Afinal, a comida e a cachaça estavam garantidas na pedreira que possuía no fundo da propriedade.
Uma vez por mês a Cia Construtora para lá se dirigia, fazia uns estouros nas pedras, colhia o cascalho do mês, pagava bem e ia embora com os caminhões lotados. Ele continuava na boa vida.
Os filhos resolveram estudar na cidade, menos o caçula, o Zezinho, muito apegado ao pai.
Com a morte do Zeca os irmãos se reuniram. Zezinho cuidaria da pedreira em troca do resto das terras. O jovem não deu importância ao fato da terra ser ruim, a ponto de até mato não vingar. Ficaria com ela e olharia o trabalho da pedreira transferindo o lucro a seus outros irmãos.
Mario e Maria, os dois irmãos que eram advogados, fizeram o papel e passaram a escritura. Nem ligaram para a desproporção da troca e a futura penúria do irmão, que herdou nesta divisão um pedaço de terra seca.
Zezinho começou a pensar como trabalhar a terra seca. Notou que em uma depressão o mato era verde. Era pouco mato, é verdade! Mas viçoso. Resolveu abrir um poço.
Com picareta e enxada começou a cavar no lugar. Apesar de ser a primeira vez que executava tal tarefa; tinha se informado adequadamente e acreditava que não teria problemas.
Há poucos metros achou um abundante lençol de água. O suficiente para irrigar toda a propriedade, que não era pequena. Financiou o material e começou o trabalho.
Três anos depois, todas as dividas estavam pagas, a casa reformada, comprou um trator e até um carro. Estava ainda com saldo no banco. A pedreira continuava lá, dando a exploração tímida de uma vez ao mês entregue religiosamente aos irmãos.
Os irmãos, todos com curso superior, se revoltaram e disseram que foram enganados.  Mesmo nunca tendo olhado para a terra com atenção, julgaram uma afronta o caçula tirar sustento daquela terra seca.
- Fomos enganados! Falavam em coro e xingavam o irmão.
Por fim entraram na justiça, por se sentirem enganados na partilha pelo irmão aproveitador e que estava roubando a valiosa propriedade com artimanhas ilegais. Acusação: Roubo.
Obs. Na política acontece a mesma coisa, não acham?

18/03/14
Tony-poeta




ESCONDENDO-ME DO TEMPO


ESCONDENDO-ME DO TEMPO


 

Encolhido em meus pensamentos

Quero olhar o tempo...

[Ele que tente me achar!]

No meu canto disfarçado

Quero que o tempo abobado

Procure-me, sem me encontrar.

 

O tempo em que me exponho

Sempre neste gesto tristonho

Diante dele: me desencontrar.

Hoje quero tudo ao contrário

Fazer do tempo o otário

De me buscar sem achar.

 

Só assim vencerei o tempo:

Ele que vá me procurar!

 

 

Imagem Google

18/03/2014

Tony-poeta

 

 

 

segunda-feira, 17 de março de 2014

NUNCA SEI AONDE MEUS PASSOS ME LEVAM.

Nunca sei aonde meus passos me levam.

Quais os rumos de meus passos?
Por onde arrisco meu andar?
O mundo é feito de espaços
Escolher é meu pesar.

Se a minha direita tem sorrisos,
Pode o futuro fazer chorar.
Se na esquerda, vejo o paraíso
Posso chegando lá e não gostar.

As possibilidades
Só a mim cabe escolher
Porém suas verdades
 Eu não as posso ver.

A escolha de meus passos
Sempre é feita no escuro
No risco me atrapalho:
- Vou ferir o futuro?

17/03/14
Tony-poeta

Imagem Google

AZUL

AZUL


O Barquinho azul
No Mar Azul
Chamou os sonhos
Buscando cores.
Queria
Sair do abandono
Onde se esconde
No mundo azul.

17/03/14
Tony-poeta

Imagem Google

domingo, 16 de março de 2014

ESTA É A VIDA!

ESTA É A VIDA!


A arte é que atinge
A forma desconhecida
Daquilo que se pensa.

Esta é a vida!

O ego é cego
Não se enxerga
Não vê poesias...
Só faz furor
As alegorias
De quem pensa [e ama]
É a Poesia.

Está é a vida!

O que pensa
Enxerga.
Num mundo excêntrico
Gozador
Encontra a poesia.

Esta é a vida!

Tony-poeta
16/03/14
Imagem Google