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OBJETOS
O que caracteriza o ser humano é a posse de objetos. Pensem
comigo:
O humano nasce prematuro, sendo o mais prematuro dos animais. Leva,
ao contrário dos outros bichos alguns anos para ter independência da mãe e,n os
primeiros dois anos é totalmente dependente.
Não tem a proteção de pelos, acredita-se que se originou na Líbia
e, tinha o tamanho de um rato, não estando apto a grandes variações de
temperatura, nem ao inverno gelado, nem de se submeter ao sol escaldante.
É dentre os predadores um dos mais fracos, tanto nas forças das
mãos: sem garras; como na mandíbula incapaz de matar um animal pela apreensão.
Vivia originalmente em todas e cavernas como coletor e
aproveitando restos.
Era um ser com poucas chances de sobrevivência.
O meio que encontrou para sobreviver com tantas limitações foi o
uso das mãos, inicialmente para jogar pedras e a seguir para lascá-las.
A passagem para pedra lascada já exigiu uma organização, a pedra
tem que ser separada no veio, caso contrario não serve, isto fez que dentro do
grupo houvesse quem soubesse onde encontrar a pedra certa e, outros que soubessem
dividi-la. Gerando desde já uma divisão para sobrevivência.
O uso dos dedos para fazer as armas e usá-las direcionou o
desenvolvimento para as mãos, e com elas para os objetos que começaram a ser
separados em: com e sem utilidade.
Aquele que possuísse um objeto “útil” seria invejado e se possível
roubado, caso não conseguisse defende-lo.
Em minha opinião de poeta, um dos fatores o que motivou todo
desenvolvimento da nossa espécie foi o contato com objetos.
Este contato criou claramente o sentimento de posse. Quem tem um
objeto útil tem mais poder do que quem não o possui.
Este modelo perdura até hoje, onde a divisão de objetos é quase
impossível. Basta ver que nosso sistema de castas ou classes sociais funciona
quase sem mobilidade:
Quem nasceu pobre, isto é, sem objetos, continuará pobre ao
contrário dos “afortunados” que já nascem com as “posses”. Enquanto os primeiros
tentam de todo os meios conseguir objetos necessários, os segundos não abrem
mão, com uma compulsão de acumulo.
A fala e o fogo creio que são simultâneos, ou talvez posteriores
o que marca o frágil ser humano é a posse.
Numa sociedade de bilhões de habitantes, não dá para continuar
com alguns colecionando objetos em detrimento de outros.
10/12/13
Tony-poeta