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O MUNDO
Como todo
jovem tive vontade de conhecer o mundo, conversava sobre isto com com meus
amigos:
- Que
tal ser marinheiro. Cada dois ou três dias estar em outro País, conhecer seu
povo.
Ou
projetos menos viajados como: ir a Legião Estrangeira, que a nossa imprensa
Nacional tanto glamourizava; ir trabalhar em Fábrica de Pescados no Alaska,
tinha anúncios pedindo trabalhadores na época. Até ir morar na Austrália, uma
colega de escola para lá foi com sua família. As ideias fervilhavam procurando
aventuras.
Como tinha
que trabalhar para meu sustento, as fantasias foram ficando para trás e fui me
conformando em ficar onde estava.
Talvez
as fantasias disfarçassem minha timidez, e ao permanecer onde sempre estive fez
com que tentasse entender as pessoas. Sempre fui muito isolado. Foi aí que
comecei a prestar realmente atenção nos outros.
Grande
decepção, quanto mais olhava, menos entendia. O meu parâmetro pessoal nunca
batia com o coletivo. Por mais que me esforçasse, tudo era estranho. Passei
cada vez mais a tentar entender o meu ambiente.
Com os
filhos, a situação piorou, como julgava que não entendia o mundo, como passar
conhecimento para eles, passei a dedicar ainda mais atenção ao meu redor.
Não
entendi até agora; os filhos felizmente aprenderam a viver, não sei se por meu
esforço, ou por desenvolvimento nato do humano.
Continuo
a olhar o mundo, sempre me surpreendo; só que, como não conheço meu redor, não
apresento nenhuma vontade de viajar. Para quê, se não conheço onde estou?
Mas, o
pior de tudo é que agora me chamam acomodado. Fazer o quê?
23/12/12
Tony-poeta