A...BUNDA BRANCA

IMAGEM GOOGLE

A
viagem estava pronta. Os dois casais já estavam em Lácio rumo ao Guarujá.
Estava muito quente. A viagem de quinhentos quilômetros com carro, sem ar
condicionado prometia ser calorenta. O carro era zero, Jovino comprou
financiado. Deu entrada com o décimo
terceiro, que retirou antecipado no banco. Prestações só em janeiro.
- Até
lá, dá-se um jeito, dizia ele.
Seriam
quatro dias, a quinta feira da viagem e o final de semana prolongado. Voltariam
no domingo. Era a primeira viagem de Ester que há um ano namorava Cicinho.
Deu
muito trabalho convencer os pais de Ester a aceitarem a viagem dos dois.
Afinal, pessoas de quase sessenta anos crescidas e criadas no interior, na
mesma casa, não eram habituados a estas modernidades. Além do mais o gasto
seria maior que o salário da moça, mais de mil reais entre o aluguel dividido
do apartamento, o combustível, os exagerados pedágios de São Paulo, a comida e
os biquínis que lá compraria; já que no Interior só tem peças feias, segundo a
opinião dela e de Ruth, mulher de Jovino.
Os
prestimosos pais de Ester após concordarem abasteceram um isopor com gelo e
muita água e suco para que a filha não passasse calor, o que os rapazes
modificaram no primeiro empório do caminho, retirando o excesso de gelo que foi
substituído por cervejinhas em lata.
A
viagem ia bem, o calor de trinta graus com o sol direto fazia um forno, a
Rodovia Castelo Branco bem conservada permitia uma boa velocidade. Os vidros
iam abertos, Ruth acomodou os pés sobre o isopor e Ester colocou os pés no para
brisas dianteiro, além de ventilar era chique e demonstrava descontração. Pararam uma vez e seguiram tomando muito
liquido.
Entraram
no Rodanel, logo estariam na Rodovia dos Imigrantes e a seguir na Cônego
Domenico Rangoni rumo a praia. Não deu
muito tempo de tranqüilidade. O trânsito parou.
Um congestionamento. Cicinho
lembrou que podia ter pontos de afunilamento, começaram a andar e parar. Mais uns poucos quilômetros mais paravam do
que andavam. O volume de carros era excessivo. O iphone não pegava, a região
era montanhosa e estavam sem nenhuma orientação.
Duas
horas depois e poucos quilômetros progredidos, os rapazes foram à lateral do
carro junto ao acostamento, aliviaram a bexiga. Muita gente estava tomando tal
providencia.
As
moças cochicharam:
- eu estou com a bexiga estourando, falou Ruth,
a que Ester retrucou:
- eu
também.
As
pessoas na maioria dos carros desciam, esticavam as pernas, voltavam quando
dava para rodar um pouco, as moças morrendo de vontade, até aumentando o suor.
Em um
dos carros da frente, alguns rapazes fizeram uma ineficiente barreira de pudor
e uma moça abaixou o short e descarregou a bexiga.
- Que
bunda branca, exclamou Ester. Ruth começou a rir e os parceiros a gargalhar.
Foi o sinal para que mais mulheres começassem
a fazer o mesmo procedimento. As duas não sabiam como agir completamente
envergonhadas.
- Não
vão mostrar as bundas brancas falou Jovino, sorrindo.
Venceram
a timidez e os dois fizeram a barreira. Elas se aliviaram.
Foram
alegres nas três horas seguintes de congestionamento e depois em uma hora
rodando tranqüilo.
No apartamento
as duas só tinham um objetivo:
-Amanhã
na praia, vamos dar uma cor a bunda, pode parar na volta.
16/11/13
Tony-poeta