Vapores abertos de um ocre abstrato
Tingem a noite que se esvai vaporosa
Ou como odores de virgens amorosas
Ou como vestes onde o negro é estrato.
É tudo oco, cupim ali passou em praga
Dono de gula voraz. Tudo destruiu...
E o nada gritando, berrando surgiu
Afogando no chopp tudo que é mágoa.
E o nada corre. Se sobressai gritante
Tremem abaladas as almas corroídas
Pela dor de na ter nada a cada instante.
E a chaga, já com o tempo endurecida
Fica só, nem os vermes a devoram
Pois o tempo, também os evaporam.
31/07/1969
tony-poeta pensamentos
Nenhum comentário:
Postar um comentário